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Eduardo Ribeiro

Eduardo Ribeiro

Análise

Abertura Comercial: a reforma esquecida

(Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo)

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O Brasil é uma economia fechada para o comércio mundial. Temos as maiores barreiras de importação do G20 e o menor volume relativo de comércio de mercadorias do mundo pela média dos últimos 10 anos. Em fluxo comercial, perdemos para países muito menores em área, PIB e população, como Malásia, Vietnã, Tailândia e Emirados Árabes.

Ao contrário do que os defensores do protecionismo argumentam, o comércio internacional é fundamental para o desenvolvimento de uma nação. Este processo se dá através de 3 principais canais:

1) Importação de insumos e bens de capital de melhor qualidade:

O comércio internacional permite que os países tenham acesso a uma maior variedade de bens de capital e insumos. Em caso de países emergentes, como o Brasil, este processo é fundamental para a modernização de sua forma de produzir, levando ao aumento da produtividade. Ou seja, é possível produzir de forma mais eficiente, reduzindo custos e aumentando a qualidade. Assim, o país consegue aumentar a sua competitividade. A tímida abertura brasileira nos anos 1990 foi a principal razão para a nossa indústria ter experimentado ganhos extraordinários de produtividade à época. Infelizmente, o processo pouco avançou e o Brasil continua sendo um país muito fechado para os padrões internacionais.

2) Economias de escala:

Quando os países produzem mais de alguns bens e serviços, ganham escala nessas atividades, reduzem os custos de produção e com isso aumentam a produtividade. Como a maioria dos países é um pedaço muito pequeno do mercado mundial, o comércio com o mundo se torna imprescindível. No caso do Brasil, apesar de termos a 6ª maior população e o 10º maior PIB do planeta, nosso país representa apenas 2% da economia mundial. Conquistar uma fatia considerável do mercado do mundo em qualquer setor dependerá, inevitavelmente, do mercado de exportação e importação.

3) Estímulo à concorrência:

Mercado fechados tendem a ter preços altos e produtos e serviços de pior qualidade. A abertura comercial aumenta a concorrência, fazendo com que as empresas tenham que se modernizar para serem competitivas. Dessa forma, o país caminha para a modernização e o desenvolvimento.

Diversos estudos confirmam que a abertura comercial aumenta a produtividade e o PIB, como este, que avaliou a trajetória de vários países antes e depois da liberalização comercial. O resultado encontrado foi de uma taxa de crescimento do PIB se eleva entre 1,2% a 2,6% após as reformas, com aumento das exportações e do investimento. Segundo relatório do governo brasileiro em 2018, uma abertura comercial teria potencial para gerar emprego em 3/4 dos setores.

A abertura comercial é parte da agenda para tirar o país da crise, começando pela liberalização da importação de máquinas e bens intermediários. Assim, o país terá um impulso a mais para gerar empregos e renda. Já estamos muito atrasados.

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