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Há séculos discute-se quais os melhores caminhos para um país se desenvolver. Apesar das diversas teses atuais, já há um consenso de grande parte dos especialistas sobre o que funciona e o que não funciona.
Subsídios e proteção para setores específicos, por exemplo, têm um péssimo histórico. O Estado brasileiro tenta este caminho há décadas, e a lista de fracassos é extensa, indo da informática à indústria naval. Vimos esta semana o exemplo da Ford, que apesar dos R$20 bilhões recebidos em subsídios desde 1999, decidiu encerrar sua produção no Brasil.
Os benefícios dados à Ford são comuns no setor automobilístico brasileiro. Mesmo após mais de um século produzindo carros no Brasil, a indústria alega ainda depender de subsídios e proteção.
Convenhamos, não é mais uma indústria nascente.
Enquanto empresas conseguirem, ou mantiverem, privilégios tributários, a população e os outros setores da economia com menos influência política vão pagar a conta. Não existe fórmula mágica, o Estado tem custo, se alguém não paga a sua parte, o outro vai pagar em dobro.
Além de terem um grande custo para a sociedade, subsídios e proteções vão no caminho contrário do que se entende como essencial para o desenvolvimento de uma nação: a produtividade.
Uma população com maior grau de formação educacional, um ambiente de negócios que facilite a vida de quem quer trabalhar, empreender e inovar, e um sistema jurídico que resolva os conflitos de forma rápida e previsível são os pilares de um país que queira aumentar sua produtividade.
Os subsídios e incentivos acabam sustentando empresas ineficientes, que só sobrevivem por causa dos estímulos. O resultado é que a economia fica, em média, menos produtiva.
Além de não seguirmos nenhum dos passos básicos para aumentar a produtividade, fazemos políticas públicas que reduzem a produtividade. Não é à toa que este indicador está estagnado há 40 anos.
Se o Brasil quiser crescer e se desenvolver, precisa fazer reformas estruturais que aumentem a produtividade para todos.
Todo mundo já sabe o caminho, só falta os donos do poder assumirem suas responsabilidades.