O Brasil tem tido preocupantes problemas na área da Educação. Ao avaliarmos apenas um dos dados mais recentes sobre o tema, constatamos estar entre os dez piores países no ranking do PISA (2015) em Ciências, Leitura e Matemática. A prova avalia alunos de 70 países.
Para quem se interessar em pesquisar, a questão não está ligada, diretamente, à falta de investimentos. Nossos gastos em Educação (4,9% do PIB) são quase os mesmos de países desenvolvidos (média de 5,2% do PIB). Ocorre que não sabemos investir, tentamos encher um balde com água, mas ele está furado – o investimento se esvai pelo ralo. No entanto, países que já estiveram piores no mecanismo de avaliação de estudantes deixaram-nos para trás. O que eles têm a nos ensinar?
Foi a pergunta feita a pesquisadores finlandeses, interessados em compartilhar experiências educacionais conosco. A ideia de construir uma ponte entre Brasil e Finlândia que aponte soluções para melhorarmos a Educação brasileira, reuniu educadores finlandeses e brasileiros, nesta semana, durante o II Seminário Internacional de Educação da Finlândia, em Curitiba. O interesse pelo evento surpreendeu os organizadores, dado o número de pessoas interessadas em ouvir o que torna a Finlândia um dos melhores países avaliados pelo PISA e pelo Índice de Educação Global, da Organização das Nações Unidas.
O Brasil não é a Finlândia, disseram, honestamente, os finlandeses. O Brasil é continental, as diferenças sociais inúmeras, tanto quanto as geográficas. Mas o que conecta Brasil e Finlândia é o desejo de inovar e de transformar a Educação. O país do Norte arregaçou as mangas, mudou suas políticas públicas e o investimento em Educação porque resolveu uma equação óbvia: com Educação de qualidade, a produtividade e o crescimento econômico vêm como consequência. Em menos de 50 anos, a Finlândia deu um salto que a tornou referência mundial. Lá, todo o sistema educacional é gratuito e, para tornar-se professor, o estudante precisa estar entre os melhores do país, assim como aqui temos o equivalente à formação de médicos. A graduação mínima para o educador finlandês é o Mestrado, e há uma correlação financeira para tudo isso, claro.
Aliás, a formação de professores foi um dos pontos-chave do Seminário. Nossos educadores buscam ferramentas – como as metodologias ativas – e apoio para dar conta de um ensino significativo, que implica educação integral de crianças e jovens. Os professores brasileiros já se deram conta de que será necessário reaprender a ensinar, algo que reflete na procura por cursos cujo foco é a inovação na Educação, como a pós-graduação ofertada pela Gente de Bem, organizadores do evento em conjunto com a Embaixada da Finlândia no Brasil.
Para conquistarmos uma Educação de profundidade e encontrarmos a possível solução para sairmos da lanterna do PISA, privilegiando o desenvolvimento do aluno como um ser integral, precisaremos canalizar investimentos na formação dos nossos professores. É por meio dos nossos profissionais da Educação que tiraremos a escola brasileira do século XX para nivelá-la aos nossos estudantes do século XXI.
*Este artigo foi escrito pela equipe da Associação Gente de Bem, instituição que desenvolve programas de educação transformadora para adolescentes, professores e famílias. A Gente de Bem é colaboradora voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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