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A educação no novo século
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Você moraria em uma casa construída com impressão 3D? Acredite, ela existe. Foi lançada ano passado por uma startup chamada Icon, pode ser levantada em até 24 horas e o custo é consideravelmente menor do que uma casa convencional. E que tal um colchão que monitora a qualidade do seu sono, faz ajustes na temperatura e ainda programa seus horários para acordar? Já está disponível para compra online e pode te livrar de exames na clínica do sono. A tecnologia está evoluindo em uma velocidade incrível, exponencial. A motivação para melhorar a experiência e a qualidade de vida das pessoas por meio de soluções tecnológicas virou tendência e já estamos conseguindo enxergar diferenças em diversas áreas. Uma delas é certamente a área de saúde. O dispositivo BioMind, por exemplo, já é capaz de diagnosticar tumores cerebrais e predizer sua expansão. Conseguiu analisar 225 casos em apenas 15 minutos (surreal!). Foi criada para ser assistente de neurologistas e promover agilidade no tratamento de pacientes.

A expansão da internet e a evolução da inteligência artificial democratizaram a capacidade de deter informação a qualquer hora, em qualquer lugar. Se antes, era mais poderoso aquele que conseguia reter a maior quantidade de informações, hoje a situação já é outra. Para quê, se posso perguntar ao meu smartphone e ele me responder (ou fornecer diversas opções) em, no máximo, cinco segundos? É o famoso to google (pois é, já virou até verbo) e pronto. Estamos definitivamente vivendo novos paradigmas. A conectividade, massificação da informação, transformações científicas exponenciais, anseio por maior criatividade, as avassaladoras mudanças climáticas e a necessidade de falarmos, muito, sobre sustentabilidade. As pessoas estão vivendo mais (a pessoa que viverá 150 anos já nasceu!) e, por isso, a coexistência geracional é tamanha que, hoje, empresas já falam em programa de longevidade e de integração, como a 3M em São Paulo, que criou atividades de integração entre as gerações da empresa para aumentar a colaboração e a produtividade (e funcionou!).

Novos modelos de negócio também roubaram a cena. Estão mais disruptivos e, agora, a empresa mais forte não é aquela que produz mais aço ou metal, mas sim aquela que promove uma solução mais inteligente (de preferência na nuvem). Quem diria que a Airbnb faturaria 25bi em 4 anos sem possuir nenhum hotel, enquanto a rede de hotéis Hilton conseguiu fazer 21bi em 97 anos? Solução mais inteligente, conexão, nuvem, dados. A ABStartups (Associação Brasileira de Startups) já estima um total de 10 mil negócios disruptivos hoje no Brasil, que está movimentando bilhões, em 2012 eram apenas 2,5 mil. Arranjos de trabalho estão mais flexíveis e a procura por uma nova geração de especialistas aumentou consideravelmente. É o caso da necessidade de cientistas de dados em diversas áreas.

O século XXI, em 18 anos, já trouxe muitas mudanças. Estamos passando por uma mudança total de paradigmas, que não vai parar por aí. E o que a área da Educação tem a ver com essas mudanças? Tudo! O contexto educacional assume outro papel na vida do indivíduo, que precisará desenvolver outras habilidades para contribuir significativamente com seu meio. Se hoje ele obtém informação a qualquer momento, de qualquer lugar, e está convivendo com estas tantas mudanças do novo século, será preciso trabalhar alguns aspectos fundamentais:

O sistema educacional atual (“atual” é modo de dizer, pois vivemos este sistema há séculos!) ainda não acompanha as mudanças e sua necessidade de transformação é urgente. O conhecimento continua fragmentado e o que acontece em sala de aula não está conectado com a realidade. Uma pesquisa da FGV em 2009 já apontava a falta de interesse como o maior motivo de evasão de jovens da educação básica no Brasil. Apenas metade conclui o ensino médio até os 19 anos de idade. Comparado a outros países, apenas 11% faz uma habilitação técnica.

Já passou da hora de mudar. A educação do século XXI está voltada para a solução de problemas, para a análise de alternativas, para o exercício da autonomia com responsabilidade, para exercer maior tolerância frente à diversidade. Decorar elementos geográficos já não cabe, mas sim utilizar estes elementos para a resolução de um problema que beneficiará uma situação que está acontecendo neste exato momento. Fazer conexões com a realidade trará a formação de hábitos, hábitos de pensar no todo, de colaborar, de progredir. A utilização de metodologias mais ativas no contexto escolar fará a diferença. Transcender as paredes da sala de aula, permitindo que o aluno estude e aprenda de onde estiver, também fará uma enorme diferença.

Atualmente, já conseguimos ver diversas possibilidades para aprender. As ferramentas são inúmeras (online, híbridas, responsivas…). O papel do docente e da sociedade escolar é ainda mais desafiador: mediar a aquisição de conhecimento e garantir que as habilidades do século XXI sejam desenvolvidas e praticadas. Já passou da hora de mudar. Já chegou a hora de quebrar paradigmas e mergulhar de cabeça nesta nova era, com responsabilidade, discernimento e respeito.

*Artigo escrito por Giovana Chimentão Punhagui, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), certificada pela Universidade de Cambridge para o ensino de língua inglesa e formação de professores. Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep.

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