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A escola que chega em casa. Ou a casa que chega na escola?
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familiaeescolaJá disse Paulo Freire sobre a liberdade sem limites dentro e fora de casa: “A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade” em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade.” Mas aí pensamos: Qual é a relação que podemos fazer com desenvolvimento e aprendizado na escola? É fácil, basta analisar o boletim das crianças com liberdade excessiva no fim do bimestre.

Mas há quem ainda pense que o problema é único e exclusivamente das notas, contudo, podemos afirmar que não. O desenvolvimento do aluno não se espelha somente nos resultados finais, mas sim em um grande processo que chamamos de aprendizagem. Crianças que não tem limite em casa, dificilmente serão controladas na escola, não há quem consiga. A verdade é que a escola não conseguirá sozinha, levar adiante a responsabilidade de educar e ensinar ao mesmo tempo, uma vez que, claramente as tarefas são divididas: a escola ensina; a família educa.

Podemos simplesmente partir de um conceito básico de que o aluno permanece em média um ano com cada professor, depois disso, logo ele “passa de ano” e troca de professor e, às vezes, até de escola. Já a família não, a possibilidade de trocar de pai e mãe é inexistente, portanto, os pais muitas vezes arcam com as próprias consequências. Por isso, é fundamental que família e escola formem uma equipe, ambas devem seguir os mesmos princípios e critérios e ter objetivos em comum. Se o objetivo é o desenvolvimento da criança, que tal o trabalho das duas partes para chegar a um resultado?

Familiares devem estar sempre presentes na escola, quanto mais participação, mais resultados positivos. E não é pelo fato de “espionar” os filhos, é para melhorar o desenvolvimento deles na escola e em casa. Suponhamos que aconteceu algum fato ruim com a criança na escola, pode ser uma situação constrangedora ou similar, isso provavelmente afetará na autoestima da criança e, se a escola e família não tiverem um bom relacionamento, dificilmente o problema será resolvido como deveria e, com certeza, o relacionamento em casa também será bem prejudicado. Por isso procurei iniciar o texto relatando o problema com as notas, é impossível que situações de tamanha proporção e que prejudiquem o desenvolvimento e relacionamento da criança dentro e fora da escola também não interfiram nas notas.

Da mesma forma que os pais devem ter a iniciativa de procurar a escola, a escola também deve procurar os pais. Reuniões são muito importantes neste processo, sejam elas formais ou informais, apenas uma conversa no corredor pode ajudar, e muito, em casos como esses. Iniciativas como cursos e palestras sobre o assunto, desenvolvidas pela escola – que geralmente é a parte mais “carente” -, também são muito bem vindas e os pais com certeza irão perceber a importância dessa parceria.

E você, o que acha da aproximação entre família e escola?

>>Juliane Gambogi é estudante do 4° período de Licenciatura em Letras da Universidade Federal do Paraná e colaboradora do Instituto GRPCOM.

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