Passamos recentemente por uma nova troca do Ministro da Educação, não por questões de competência, mas por necessidades políticas. Desde 2011 tivemos 5 pessoas na chefia desse ministério, que deveria ser ocupado por um líder que conduzisse a reforma educacional de longo prazo que o Brasil tanto precisa. Não quero com isso criticar nenhum partido ou governante específico, mesmo porque problemas semelhantes acontecem há décadas em Brasília e também na maioria dos estados e municípios brasileiros.
Durante as eleições os discursos dos candidatos mencionam como suas prioridades o trabalho pela melhoria da educação, mas na prática mudanças de prioridades, sejam motivadas pela copa do mundo ou pela crise econômica, deixam nossas escolas entre as piores do mundo. Nos rankings internacionais, que mensuram os resultados dos alunos em diversos países, como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), estamos nas últimas posições.
A qualidade de ensino influencia em vários outros índices, incluindo os econômicos, visto que vivemos em uma sociedade do conhecimento, globalizada, em que a inovação e a tecnologia dependem de pessoas bem preparadas para lidar com ambientes cada vez mais complexos. Se colhermos no futuro o que estamos plantando agora, teremos problemas ainda maiores que os que já enfrentamos.
Para termos mudanças significativas no país precisaremos de uma reforma profunda em nosso sistema educacional. Qualquer outra ação não se sustenta a longo prazo sem isso. No entanto, mudanças como essa precisam de mais tempo do que um ou dois mandatos e seus resultados não aparecem de um dia para o outro.
A história de países como a Finlândia, Coréia e Japão nos mostram como a reforma educacional promove a saída da crise e consolidação de nações e economias fortes. Quando nosso povo, e em consequência nossos governantes, se conscientizarem da necessidade de termos a educação como prioridade, iremos para caminhos que nos darão mais estabilidade e capacidade de enfrentar crises como a que estamos passando.
*Artigo escrito por Luciano Diniz, Coordenador da Pós-graduação em Educação Integral Transformadora da Associação Gente de Bem, instituição que desenvolve programas de educação integral transformadora para adolescentes, professores e famílias. O profissional é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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