(Imagem: Identidade visual produzida pelo NEAD do Sistema Fiep para o Projeto Migrantes)| Foto:

Migração é um fenômeno que vem tomando maiores proporções nos últimos anos e envolvendo aspectos sociais, econômicos e de segurança. Em uma era de globalização profunda, a migração como política pública nunca foi tão forte. Dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU, revelam que em 2015 o número de migrantes no mundo passava de 244 milhões. No Brasil, o número chegou a 713 mil nesse mesmo ano, colocando o país como terceiro com mais imigrantes na América Latina (Relatório de Migrações da América do Sul, 2017).

CARREGANDO :)

Migrantes chegam ao país em situação de vulnerabilidade social, enfrentam dificuldades de integração social e imersão no mercado de trabalho. O Paraná recebeu, entre 2013 e 2016, mais de 17 mil migrantes, a maioria de origem haitiana que, além da situação econômica precária no país, sofreu com diversas catástrofes naturais. O cuidado e cooperação com esse assunto se tornou um dos focos para a construção de um pacto global para uma migração mais segura, ordenada e regular de 2018, de acordo a Agência de Migração da ONU, chamando a atenção para oportunidades ocasionadas por esse fenômeno nos países de destino.

A Agência destaca diversos benefícios da migração. Entre eles, o aumento do PIB em decorrência do aumento de trabalhadores no país de destino. Migrantes podem possuir habilidades que agregam à força de trabalho do país ou até mesmo colaboram para a inovação. Geralmente, devido à sua natureza e necessidade, os migrantes são mais propensos a correr riscos, e essa característica já levou grandes contribuições aos países de destino em áreas como ciências, tecnologia e artes. Também podem contribuir significativamente ao mercado de trabalho por suprir setores e ocupações que estão sofrendo por falta de trabalhadores. Esses efeitos positivos são vistos não somente em setores de habilidades mais complexas, mas também em setores de habilidades menos complexas. Os benefícios podem ainda ser vistos nos países de origem. O Banco Mundial registrou, em 2016, mais de 429 bilhões de dólares em envio de dinheiro de migrantes aos seus parentes, o que representa o triplo do orçamento de ajuda internacional para o desenvolvimento.

Publicidade

Razões como essas movem iniciativas para acolhimento e valorização do migrante e de sua força de trabalho, sua cultura e crenças. O Projeto Migrantes é uma das iniciativas lançadas pelo Sistema Fiep no ano de 2017 com o intuito de oportunizar integração social e inserção no mercado de trabalho aos migrantes que residem no Paraná. O programa possui três etapas: aulas online de Português, curso profissionalizante e orientação de carreira. Esse ano, o curso foi ofertado na área de panificação e conta com a participação de 25 alunos, haitianos em sua maioria. Em 2018, os formandos terão a oportunidade de ser orientados em sua nova profissão, aprendendo a construir um currículo e inseridos em um banco de empregos para que empresas possam encontrá-los. A previsão é de que mais duas turmas sejam ofertadas no próximo ano, capacitando mais migrantes no estado.

São oportunidades como essa que farão a diferença para pessoas que, por necessidade, abandonaram seu país em busca de dignidade e prosperidade em suas vidas e nas vidas de suas famílias. O benefício não é visto somente a essas vidas, mas em todo um complexo social e econômico. A migração se torna um dos fenômenos de contribuição ao crescimento do país, colaborando com a sua situação econômica e sua população, influenciando situações de nível global.

 

 

Publicidade

*Artigo escrito por Giovana Chimentão Punhagui, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com formação complementar em ensino de língua inglesa pela University of Cambridge. Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep. O FIEP colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom, Twitter: @InstitutoGRPCOM e Instagram: instagram.com/institutogrpcom