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Desde a infância, crianças e jovens são expostos a diversos tipos de textos.  Anúncios publicitários, notícias de jornais, vídeos, cartazes e outros fazem parte do cotidiano da maioria dos lares do País. Hoje, na era digital, o volume de informações que se recebe é cada vez maior, de diferentes tipos de mídias, sejam elas tradicionais, como a televisão e o rádio, ou digitais, como as redes sociais.

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Para que toda essa avalanche de conteúdos seja acessada, compreendida e interpretada de maneira crítica é que existe a educação midiática. É por meio dela que a sociedade pode (e deve) compreender o papel das mídias e participar delas de modo cidadão.

Um indivíduo educado midiaticamente é capaz de usufruir de todas as possibilidades do ambiente digital. Encontrar o que realmente busca na internet, consumir informações de forma crítica e não ser enganado por “fake news” e outras armadilhas virtuais fazem parte das habilidades que a educação midiática desenvolve.

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Por que a educação midiática é importante?

De acordo com um levantamento feito pela Kapersky, uma empresa global de cibersegurança, 62% dos brasileiros não sabem identificar uma notícia falsa. Desses, somente 2% nunca ouviram falar do termo “fake news”. Ou seja, sabem que ela existe mas não conseguem compreendê-la. Com a pandemia, essa situação tornou-se ainda mais preocupante. Nove entre cada dez brasileiros com acesso à internet já receberam um conteúdo falso ou desinformação sobre o novo coronavírus, o que mostra a dimensão do acesso à informação em uma crise sanitária.

Vale destacar que a educação midiática também tem papel fundamental na participação cívica. Por meio dela, podemos apoiar causas que nos são caras. A coordenadora do programa EducaMídia, programa do Instituto Palavra Aberta. Mariana Ochs, ressalta:  “A educação midiática nos ajuda a utilizar a tecnologia para identificar e explorar problemas comuns, encontrando e avaliando informações, escutando e respeitando diversas vozes, dialogando e buscando soluções. Também nos ensina a dominar as ferramentas e ambientes de comunicação para utilizar a nossa própria voz em prol da construção de um mundo melhor”, destaca.

Por onde começar?

A escola é uma instituição fundamental para que a educação midiática se dissemine entre crianças e jovens. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera a abordagem de elementos do jornalismo em vários momentos, especialmente na parte de língua portuguesa. Essa é uma excelente oportunidade para identificar elementos do texto jornalístico presentes no conteúdo de diferentes disciplinas, discutir autoria versus curadoria e introduzir a pergunta: devo confiar nessa informação? Como sabemos, em ciências isso é fundamental – afinal, estamos diante de uma verdadeira guerra de informações sobre a vacinação.

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Outra possibilidade é oferecer aos estudantes diferentes narrativas, ferramentas e plataformas de publicação. Permita ao aluno criar e aprender, explorando novas linguagens. Vídeos e mapas interativos, infográficos e linhas do tempo ajudam a analisar criticamente as informações disponíveis em qualquer formato. Isso pode ser bem bacana na área de humanidades, para explorar assuntos de história, geografia e sociologia.

É preciso lembrar que a BNCC também apresenta, entre as competências gerais que os estudantes devem desenvolver até o fim da educação básica, os conceitos de cultura digital, pensamento crítico e comunicação, entre outros, que dialogam diretamente com a ideia de educação midiática.

Se você ainda tem dúvidas em como executar um planejamento pedagógico que dialogue com as mídias, o Instituto Palavra Aberta e a Fundação Demócrito Rocha oferecem um curso a distância para educadores com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o campo de atuação jornalístico-midiático, parte do componente curricular da língua portuguesa da BNCC. A comunicação como direito e a circulação das informações na era digital são temas abordados.

Uma sociedade midiaticamente educada domina a leitura crítica e é plenamente capaz de compreender as técnicas de criação de mídia. A partir daí a diversidade de vozes é aumentada, contribuindo para o avanço da liberdade e da democracia no mundo. Seja um educador midiático! 

*Texto escrito por Elisa Thobias, que é educomunicadora formada pela Universidade de São Paulo (USP), analista de comunicação do Instituto Palavra Aberta  e colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

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