Vivemos em um mundo onde as mudanças, sejam sociais ou tecnológicas, acontecem em um ritmo cada vez mais acelerado. Assim, a educação não é apenas um reflexo dessa dinâmica, mas também um poderoso instrumento de mudança. O desafio enfrentado pelos profissionais da educação desse século é: como inovar com propósito para formar cidadãos capazes de participar e influenciar positivamente essa nova realidade?
Recentemente, estive, junto à equipe do Instituto GRPCOM, na Bett Brasil, o maior evento de inovação em educação da América Latina, realizado em São Paulo no final de abril. O tema central do congresso deste ano era exatamente "Inovar com Propósito em Diálogo com as Transformações Sociais". Neste artigo, não pretendo fornecer uma resposta definitiva à questão levantada no parágrafo anterior (quem me dera ter a solução perfeita ou uma receita de sucesso!), mas compartilhar reflexões que foram fruto de algumas, entre as centenas de palestras, que pudemos acompanhar por lá.
Há um consenso: é muito fácil cair na armadilha da inovação superficial. Aquela que se realiza apenas para mostrar que estamos cientes da evolução e não queremos ficar para trás. É o caso de escolas que compram tablets, mas não fornecem acesso à internet, ou não permitem que os alunos os utilizem. Ou de professores que planejam suas aulas exatamente como faziam décadas atrás, apenas substituindo os cadernos por tecnologia, para cumprir uma exigência de seus gestores.
Inovar na educação transcende a mera adoção de novas tecnologias em sala de aula ou uma nova forma de organizar o espaço. Envolve uma revisão profunda de métodos e propósitos, um reexame do "porquê", do "para quê" e do "como" ensinamos. Esta inovação deve estar alinhada com as competências que serão essenciais no futuro, como pensamento crítico, criatividade, capacidade de resolver problemas complexos e empatia.
Observem que entre as competências que mencionei não está incluído o "uso de tecnologias" ou a "cultura digital". Isso porque já não faz sentido tratar o ambiente digital como se fosse um universo à parte. É essencial ser crítico, criativo, empático, capaz de resolver problemas complexos e saber conviver tanto diante das telas quanto longe delas. Nesse contexto, a Alfabetização Midiática e Informacional (AMI) agora passa a ser reconhecida como fundamental para uma formação integral dos estudantes, ao lado das habilidades socioemocionais e outras necessidades igualmente importantes.
Se eu tivesse que destacar um dos muitos insights que obtive no evento, seria este: conhecer o motivo pelo qual você está inovando é o primeiro e mais importante passo para que essa inovação não se transforme em mais uma mudança superficial ou em uma nova maneira de fazer o mesmo.
Seria impossível resumir tantas ideias novas ou reavaliadas de um evento tão grande em um único texto, por isso, para mais insights sobre o evento e para ouvir especialistas discutindo alguns dos temas abordados, acesse a transmissão que realizamos em nosso canal no YouTube. Não deixe também de seguir o @institutogrpcom nas redes sociais para acessar mais conteúdos como este.
*Patricia Nalevaiko é professora, pedagoga, gestora do Projeto Televisando e produtora de conteúdo no Instituto GRPCOM. A profissional colabora voluntariamente com o Blog Educação e Mídia.
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