É possível que em algum momento da vida escolar você tenha feito a pergunta “quando vou usar esse conteúdo?” ou “qual a necessidade de aprender isso?”. Essa dúvida recorrente no pensamento de vários alunos é um dos grandes desafios da educação moderna: dar sentido ao que se aprende, aplicando o conhecimento na vida real.
Neste contexto, as competições acabam sendo uma boa alternativa para mostrar na prática a utilização do conteúdo aprendido em sala de aula. Além disso, elas instigam o aluno que pesquisa, investiga a realidade e propõe soluções para dilemas do dia a dia. Exemplos como olimpíadas de ciências e de literatura são pertinentes para contribuir com o processo de ensino e aprendizagem de uma maneira que supera o antigo modelo de educação, no qual o aluno é um mero receptor e armazenador de informações que, por vezes, não se conecta com sua própria realidade.
O perfil do aluno atual é de um ser crítico, que observa, avalia e verifica a pertinência do que a escola oferece em seus conteúdos – autônomo a ponto de influenciar nas metodologias de ensino e no processo avaliativo. Esse discente é familiarizado com a tecnologia, além de ser usuário frequente delas. Portanto, não fica difícil concluir que vai aprender de forma significativa quando pode colocar em prática essas habilidades e competências, além de evidenciar talentos que as vezes o próprio estudante ainda não reconhecia.
As olimpíadas ou competições, seja de ciências – que atendem diversos saberes, como química, física, biologia, filosofia etc –, literatura ou linguagens, podem ser vistas equivocadamente como extracurriculares, enquanto são, na verdade, integradas ao currículo de conteúdos e avaliações que o aluno já precisa fazer na sua trajetória escolar.
É comum entre os professores que acompanham esses projetos os relatos que as competições estimulam os adolescentes a pensarem o conteúdo como mecanismos de reflexão e de inspiração para se resolver questões do cotidiano. Uma olimpíada de literatura pode instigar uma reflexão mais profunda sobre o confuso cenário político por meio da leitura de livros, da apreciação de músicas, da compreensão de filmes e contos que, relacionados, ampliam o senso crítico. As voltadas para as diversas ciências podem instigar projetos das mais diferentes espécies, e todas elas os capazes de tornar a escola um espaço mais inclusivo.
Indo além da competição, a experiência se refletirá no desempenho escolar desses alunos, que se tornaram protagonistas de sua própria formação, e que certamente vão ampliar seus currículos e mesmo seu desempenho escolar. Esse sentimento de pertencer a uma instituição que responda as perguntas que apresentei no início do texto pode ser uma boa maneira de combater a evasão escolar e o baixo desempenho. Esse é o perfil da educação do século 21: conectar contextos e realidades à vida do próprio estudante, oferecendo significado ao aprendizado.
Prof. Paulo Hannesch atua no Colégio Sesi Afonso Pena e na Equipe Multidisciplinar da Gerência Executiva de Educação do Sistema Fiep, é formado em Sociologia pela PUCPR e especialista em Prevenção de Dependência Química. Prof. Almir Vidolin atua no Colégio Sesi Rio Branco do Sul e na Equipe Multidisciplinar da Gerência Executiva de Educação do Sistema Fiep, é formado em Geografia pela UFPR e especialista em Educação Ambiental. O SESI colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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