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Criatividade na educação traz reflexos na formação profissional

(Imagem: Gelson Bampi) (Foto: )
(Imagem: Gelson Bampi)

(Imagem: Gelson Bampi)

Uma conversa recente que tive com um estudante do Ensino Médio, de 14 anos, me fez recordar da leitura do livro Ócio Criativo, do sociólogo italiano Domenico De Masi. A conexão feita entre o bate-papo com o aluno e os vários trechos que mais me marcaram da obra teve como base a reflexão sobre o papel da criatividade no mundo do trabalho e o que Domenico chama de sociedade pós-industrial e suas características.

O autor italiano é defensor de uma nova sociologia do trabalho, baseada na criatividade e no que ele classificou como ócio criativo. Resumidamente significa que as pessoas possam ocupar o tempo livre tendo mais lazer, ampliando seus estudos e tornando-se melhores profissionais. Como? Por meio do melhor aproveitamento do tempo, da tecnologia e da criatividade em todos os setores econômicos e sociais, inclusive na indústria. Domenico também levanta questões centrais sobre a educação, a formação profissional e as relações de trabalho.

Ao conversar com o aluno Danilo Fuchs, estudante do Colégio Sesi Internacional, consegui visualizar os conceitos de Domenico De Masi aplicados na prática. Danilo e seus colegas foram os vencedores do 1º Torneio de Drones, promovido pelo Senai Centro Internacional de Inovação em junho deste ano, e já se preparam para o próximo, que irá acontecer no final de novembro. Ele contou que, durante a preparação para o torneio, aprendeu sobre os materiais indicados para a estrutura do drone, os passos da construção, a eletrônica por trás de microcontroladores e de servo-motores, além de praticar a pilotagem para manter o voo estável e estudar sobre a utilidade de drones no segmento industrial. Mas, em um dos momentos da conversa, o aluno comentou sobre aprendizados que extrapolaram o domínio das habilidades técnicas. Ele falou que para projetar e construir o drone enfrentou dificuldades, teve imprevistos, superou e resolveu problemas, alcançou conquistas e se sentiu realizado.

Quando converso com adolescentes que já trazem inquietações sobre inovação, criatividade e a importância da busca por soluções para melhorar a qualidade de vida das pessoas, reafirmo que o papel da Educação, dentro e fora da escola, é primordial para que as ideais não sejam abafadas, esquecidas e descartadas. A fala de Danilo, a seguir, é um incentivo para continuar acreditando nisso: “inovação é a palavra-chave no mundo atual. É necessário o aprendizado sobre as tecnologias a fim de fomentar o surgimento de mentes frescas, com novas ideias para o futuro, para, quem sabe, melhorar a qualidade de vida do cidadão. Onde estudo, a inovação é sempre incentivada, não oprimindo ideias mesmo quando inusitadas, a fim de refrescar o mercado com pensamentos vindos de mentes jovens, gerando uma renovação dos conceitos sociais”.

Danilo ainda diz que, mais do que conteúdo, as escolas precisam compreender que a experiência é a melhor forma de aprendizado e que o único jeito de fazer algo com excelência é a felicidade no que faz.

O torneio reuniu estudantes, que apresentaram suas propostas, e empresários da área de tecnologia, que analisaram os projetos. O objetivo foi oferecer aos adolescentes o contato com tecnologias inovadoras, além de desenvolver o espírito empreendedor e de trabalho em equipe. Os drones são veículos aéreos não tripulados, controlados a distância por meio de controles ou computadores, uma tecnologia emergente e de vanguarda.

>>Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há nove anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Por meio da sua empresa, Presença – Comunicação Educacional, produz textos, entrevistas e reportagens direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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