Para fins profissionais, atualmente a tecnologia é indispensável. Não existe profissão ou pessoa que não necessite da ajuda de dispositivos móveis para a comunicação ou produção de bens e serviços. Não é o caso, evidente, de abrir mão da Internet, mas aprender a usá-la a seu serviço – e não ficar à disposição dela ininterruptamente.
Não é necessário que a cada minuto seja feita uma publicação em redes sociais, um comentário nos aplicativos de comunicação instantânea (por exemplo, o WhatsApp). Particularmente, nada é mais irritante do que pessoas que aguardam a sua resposta imediata. A ausência de um simples comentário ou emoji, nos gera os famigerados “?????”, o que nos leva a conclusão do imediatismo histérico da sociedade moderna.
É importante lembrar que a interação excessiva entre as pessoas pode ser perdida em função da exposição, onde cada vez mais a opinião, a curtida, o comentário de terceiros é necessário para o bem-estar próprio. O excesso do uso das tecnologias em nossas vidas está muito próximo da distração, da busca do preenchimento de espaços vazios. O ato de prestar mais atenção no smartphone do que no mundo ao seu redor pode ser visto, pelos seus amigos/filhos/companheiro, como se o ambiente estivesse tedioso, desestimulante.
Celulares e tablets podem ser substituídos por caminhadas, incursões na cozinha e visitas ao parque ou museus. Estabelecer respostas automáticas alertando que você não está disponível pode ser uma solução a curto prazo.
Diferentemente do vício em cigarros, drogas ou álcool, o vício em celular é difícil de ser detectado em razão das implicações predominantemente psicológicas individuais e sociais. Em um mundo onde todos estão “plugados”, qual o conceito de normalidade?
Particularmente, creio que “de perto, ninguém é normal”. Portanto, temos que entrar, definitivamente, no caminho do meio, também conhecido (e esquecido) como bom senso. As conexões digitais estão cada vez maiores, é preciso preservar a rotina off-line; aprender a desconectar tornou-se uma necessidade imperativa para aqueles que não acreditam na vida além da Internet.
*Artigo escrito por Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita, advogada sócia do SLM Advogados, membro da Comissão de Direito Digital e Compliance da OAB-SP e idealizadora do Programa Proteja-se dos prejuízos do Cyberbullying. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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