As novidades tecnológicas no mercado aparecem cada vez mais e em uma velocidade incrível. Lançamentos como a casa feita com impressora 3D em 24 horas (e por 32 mil reais, dá para acreditar?!), aplicativo de estudos personalizados da LIT, que utiliza a inteligência artificial para dizer o que você irá estudar por dia, controlar as funções de sua casa com apenas um aplicativo de celular… São tantas as soluções inovadoras que agora, nesse exato momento, alguém pode estar lançando mais um produto genial e promissor.
O avanço da tecnologia e a capilaridade da internet sem dúvida proporcionaram facilidade, flexibilidade e oportunidades de desenvolvimento de novas soluções no mundo. Dados da ODCE mostram que uma parcela crescente do valor agregado aos produtos e serviços vem de inovação, tecnologia e inteligências envolvidas. Maurício Benvenutti, um dos sócios da Starse, afirmou que a diferença que existe na evolução da produção hoje está exatamente na possibilidade de se utilizar vários tipos de tecnologia como a impressão 3D, big data e a inteligência artificial em um único produto, tornando-o um detentor de serviço de fato. Com toda essa oportunidade de inovação, quais seriam as principais habilidades do profissional brasileiro para contribuir para esse cenário?
O Brasil está cada vez mais inserido no contexto internacional. Muitas empresas brasileiras operam no mercado externo, assim como multinacionais se instalam no país. Um estudo feito pela CNI em 2016 afirma que, por conta desse cenário, as empresas estão cada vez mais em busca de tecnologia para aumentar inovação e produtividade, porém, 30% delas também afirmam que o principal desafio é a falta do trabalhador qualificado. Além de habilidades técnicas e socioemocionais, o domínio da uma língua estrangeira se destaca como influente, se tornando fundamental para a área de tecnologia, principalmente.
Um estudo feito por uma pesquisadora da UTFPR de Ponta Grossa constatava já em 2005 que, no Paraná, a empregabilidade de profissionais nessa área era influenciada diretamente pelo domínio de uma língua estrangeira. Hoje, esse contexto está cada vez mais latente. Infelizmente, os números brasileiros não são muito animadores. Considerando o inglês como língua dominante dos negócios (Global English Corporate, 2013), uma pesquisa da Data Popular feita para a British Council em 2014 revelou que somente 5,1% da população de 16 anos ou mais possuem algum conhecimento da língua. Os motivos principais são a falta de ensino básico de qualidade e baixo acesso a cursos privados de inglês.
Ainda segundo a pesquisa, a necessidade do idioma no setor industrial se concentra em duas vertentes: conhecimento instrumental, prático e objetivo para operações e comunicação oral para a área comercial. A remuneração média de um profissional com domínio de um segundo idioma aumenta de acordo com o nível, podendo chegar a até 40% a mais do que um trabalhador sem esse requisito. Sim, o domínio de um segundo idioma faz a diferença no mercado de trabalho e contribui significativamente para a produtividade e inovação nas empresas.
A LDB e os Parâmetros Curriculares Nacionais determinam o ensino da língua inglesa como fundamental na educação básica, o que já é um bom começo. No entanto, não estamos conseguindo oferecer a qualidade necessária para formar profissionais com bons níveis de proficiência, ou até despertar a necessidade do idioma desde cedo. Precisamos entender da importância do desenvolvimento dessa habilidade nas escolas, pois ela interfere diretamente no sucesso profissional e, principalmente, no avanço da tecnologia para a inovação, sustentabilidade, empreendedorismo e até responsabilidade social.
Obter maiores investimentos e incentivos para o desenvolvimento do segundo idioma no contexto escolar, capacitar professores para promover aprendizagem de qualidade, contextualizada com a realidade vivenciada pelo aluno, observar o movimento do mercado e contribuir para o desenvolvimento do nosso país são ações importantes. Vão influenciar diretamente em nossa forma de acessar o mundo, de criar e, principalmente, de inovar.
*Artigo escrito por Giovana Chimentão Punhagui, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com formação complementar em ensino de língua inglesa pela University of Cambridge. Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep.
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