(Foto: Hugo Harada)| Foto:
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Dias atrás, estávamos eu e outro professor conversando sobre metodologias e táticas para melhorar o desempenho de nossos alunos em nossas disciplinas (eu no Cálculo, ele na Física), no meio da conversa ele me disse que o que fazemos hoje é uma matança.

Entendi de imediato a metáfora. A matança que ele se referiu não tem nada haver com a ideia do meio acadêmico de fazer corpo mole, muito pelo contrário. Somos rígidos, inflexíveis, vocabulares, previsíveis e cansativos para todos os envolvidos. O que ele quis dizer é uma matança real no sentido estrito da palavra. Porque na sala de aula, e porque não pensar na escola, de forma geral, há apenas uma política, a da matança.

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Fazendo uma analogia entre as guerras de ocupação (guerras convencionais), àquelas que há interesse em tomar conta do território donente e a guerra de incursão, àquela ondes as tropas tomam de assalto certo local e depois de focalmente dominado, simplesmente partem.

No primeiro caso as terras são ocupadas e a cultura invasora é imposta. No segundo caso é só matança pela matança (nosso caso!), pois após o combate a tropa invasora se retira perdendo ou ganhando o assalto. Belos exemplos do primeiro modelo foram as Guerras Romanas, e no segundo modelo temos o Vietnã.

O propósito dessa comparação é trazer a reflexão de como é a sala de aula hoje e como os professores (nós) agimos. Fazemos uma ocupação ou uma incursão?

Dito isso esclareço, não gosto da ideia de “travar guerras em sala de aula” e muito menos ser “um herói celibatário”. Contudo, devemos pensar que o que fazemos em sala de aula são “guerras” no sentido de luta contra si mesmo, contra o conteúdo a ser cumprido, contra tudo e a todos.

Hoje o professor entra em sala despeja tudo e vai embora, muitas vezes sem ter tido a menor chance de refletir e causar reflexões sobre o que foi dito. Ele se retira da sala de aula para ir à outra fazendo incursões tal aos moldes descritos acima, isto é, apenas matança.

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Pensando na forma de como vemos na maioria das instituiçoes de ensino, a sala de aula é dos estudantes e o professor é o “invasor” que deve ser rechaçado a todo custo. Isso é errado, na educação colaborativa não há conflitos territoriais. Por isso que sou defensor radical das salas temáticas. Vejo que nesse modelo o pensar, o vivenciar a disciplina torna-se inevitável.

É obvio que para isso precisamos de mudanças de hábitos, de metodologias e de uma reforma curricular, com ampla discussão com a sociedade, buscar gente que realmente viva e entenda de educação, sem achismos e devaneios.

Enfim, o caminho para sair da “matança” não é curto, muito pelo contrário é longo, trabalhoso e como em toda mudança teremos que fazer ajustes. Lembre-se que a educação é um processo contínuo. Contudo, convenhamos, a paisagem desse caminho é belíssima.

Tenho certeza que feito um bom trabalho, com competência e empenho veremos nossa sociedade mudar dia a dia com respeito, igualdade e com os resultados surpreendentes.

* Artigo escrito por Guilherme Lemermeier Rodrigues, licenciado em Matemática, especialista em Ensino de Matemática e mestre em Educação. Professor do Ciclo Básico de Engenharia da Universidade Positivo, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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