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Educação disruptiva
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O paradigma tradicional de educação, pautado no princípio da transmissão do conhecimento pelo professor e a assimilação dos conteúdos pelos alunos, é uma tradição que tem perpetuado por séculos nas escolas do mundo todo.

A pedagogia, ciência da educação, busca permanentemente novas experiências de aprendizado, novas maneiras de ensinar aprender. Na atualidade, educadores e pesquisadores tem buscado por metodologias que privilegiem o protagonismo e autonomia dos aprendizes em detrimento a passividade que estes apresentam no processo tradicional de ensino.

A tecnologia digital chega nas salas de aula da educação pública brasileira no final dos últimos anos da década de 1990 e início dos anos 2000, com a disponibilização de computadores conectados à internet, por parte dos governos estaduais e municipais. Início de um momento de disrupção na educação? Esperava-se que sim, porém o movimento iniciado naqueles anos continua reverberando até os dias atuais. A mudança é lenta, mas permanente.

A tecnologia digital tem uma influência gigantesca na maneira com que os seres humanos têm se desenvolvido nas diferentes instâncias da vida, sejam elas a social, econômica, cultural, biológica, dentre outras. O potencial que a mesma agrega para o “fazer diferente” ou “fazer melhor” está na sua essência disruptiva. O que isso quer dizer? Uma tecnologia disruptiva pressupõe um serviço, uma técnica, um produto que rompe com os padrões e modelos até então utilizados instaurando uma inovação tecnológica.

Seria então a tecnologia digital uma possibilidade de romper com modelos e padrões cristalizados na escola, que não respondem a formação do cidadão da contemporaneidade? Sim e não. Sim, se nós educadores soubermos aproveitar seu potencial interativo, ubíquo, de acesso rápido à informação, de simulação, de criação, de comunicação, de compartilhamento, de uso de diferentes mídias integradas. Não, se utilizarmos as tecnologias para reproduzir digitalmente o que já fazemos.

Uma educação disruptiva prevê o rompimento com as práticas tradicionais ineficientes. Clama pela transformação. Demanda a superação para a inovação, para a revolução não só das práticas pedagógicas, mas da cultura escolar e certamente necessita ampliar sua atuação para fora dos muros da escola.

Como promover uma educação disruptiva?

É fundamental se reiventar, Reiventar-se sozinho, reiventar-se com os outros, em comunidade. Pensar e agir diferente, utilizando novas metodologias, maneiras mais ativas e reflexivas de se aprender. Outro aspecto já citado é o uso de recursos tecnológicos, esses poderosos recursos que podem contribuir com a transformação da aprendizagem. É preciso ousar, tentar, romper, transgredir. Crianças, jovens e adultos precisam ser desafiados a pensar, resolver, criar, habilidades tão necessárias a vida humana.

Uma educação disruptiva pode promover um mundo melhor, pois a educação é a chave para empoderar cidadãos engajados, participativos e inovadores que sejam capazes de proporcionar uma vida mais justa, sustentável e segura para todos.

* Texto escrito por Estela Endlich, doutoranda em educação pela Universidade Federal do Paraná. Coordenadora de Tecnologias Digitais e Inovação na Secretaria Municipal da Educação de Curitiba. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM, no Blog Educação e Mídia.

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