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Estamos chegando ao fim de um ano letivo totalmente atípico e que nos trouxe muitos aprendizados e desafios. Nem mesmo os mais dedicados a pesquisar o futuro da educação no Brasil e no mundo poderiam prever o que o ano de 2020, marcado pela Pandemia do Coronavírus, poderia deixar como legado. O que sabemos é que este ano é um marco também para a educação, trazendo à tona as necessidades de mudança de modelo e as fragilidades das nossas políticas públicas.
Segundo a Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior - ABMES, a Pandemia emergiu a necessidade de utilização do uso de novas tecnologias nos processos de ensino aprendizagem e as discussões sobre a diferenciação entre educação a distância e educação mediada por tecnologia e ensino remoto. Estes temas ainda sofrem muito preconceito no Brasil, em muito pela ruptura entre ensino presencial e a distância.
Certamente que um dos grandes desafios para gestores, professores, pais e alunos ao longo deste ano girou às voltas da adaptação às ferramentas digitais que nos permitiram trabalhar, estudar e interagir de forma remota. Entre os alunos e professores, ferramentas digitais e a necessidade de revisitar metodologias e planos de ensino para proporcionar o aprendizado on line e, principalmente, manter alunos “conectados” à escola.
Antes de março deste ano, muitas destas ferramentas digitais já estavam disponíveis para professores e alunos, utilizadas como um recurso complementar ou um diferencial metodológico para algumas escolas. Por outro lado, as redes públicas de educação apontavam as dificuldades de acesso aos recursos tecnológicos e à acessibilidade dos alunos aos recursos digitais, especialmente, internet. Estes temos foram o centro das discussões e debates da educação.
Se a discussão sobre a necessidade de investimento e acessibilidade à educação na rede pública foram agravadas pela Pandemia e parecem indefinidas, por outro lado a utilização das ferramentas digitais e uso de tecnologias como recurso para mediação da aprendizagem representam um avanço em um caminho sem volta.
Estamos ansiosos, aguardando a possibilidade de retorno das atividades presenciais em 2021 e a preparação de retorno elaborada para as escolas já contempla a necessidade de investimento em infraestrutura tecnológica e capacitação de professores para a continuidade de atividades mediadas por tecnologia como forma de garantir o retorno em um modelo híbrido. O fato é que todo este movimento já desenvolveu uma nova estratégia metodológica, familiarizou professores, pais e alunos à uma nova forma de interação.
*Texto escrito por Alessandra Aparecida Campos, professora, psicopedagoga e mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná - UTP. Coordenadora de Educação e Negócios na Gerência Executiva de Educação do Sistema Fiep. O SESI/PR, integrante do sistema FIEP, colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.