(…) taxa de desmatamento na Amazônia aumentou 34% nos últimos 12 meses (…) (https://bit.ly/2S09Xim)
Os incêndios que atingem o Pantanal já consumiram, pelo menos, dez vezes mais área de vegetação que em 18 anos de devastação (…) (https://glo.bo/36bGESo)
(…) derramamento de petróleo ou óleo bruto atingiu (…) até o dia 22 de novembro de 2019, 4.334 km de costa em 11 estados do Nordeste e Sudeste, 120 municípios e 724 localidades (…) o maior derramamento de óleo bruto da história do país e um dos mais extensos registrados no mundo. (https://bit.ly/337vSe0)
Basta abrir os jornais ou passar os olhos rapidamente em sites de notícias e redes sociais para perceber a quantidade de informações sobre como o meio ambiente brasileiro tem sido maltratado. Seja o ecossistema terrestre ou marinho, estamos falhando feio na sua proteção. Para resolver esse problema uma das apostas é a educomunicação socioambiental!
Educação para o desenvolvimento sustentável
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, ONU, traz a educação de qualidade como um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), ao lado de outros 16 marcos. No plano de ação, assinado por representantes dos Estados-membros da organização em setembro de 2015, consta ser imprescindível o comprometimento em torno de uma “educação inclusiva, igualitária e baseada nos princípios dos direitos humanos e desenvolvimento sustentável”.
E, se olharmos para as metas que envolvem esse ODS, veremos que, mais do que um objetivo a ser alcançado, a educação de qualidade é fundamental para que atinjamos todos os outros. Um enorme desafio, ainda mais quando consideramos o particular contexto brasileiro de acentuadas desigualdades.
Está lá, na meta 4.7, a afirmação de que até 2030, todos os estudantes deverão adquirir conhecimento para a promoção da sustentabilidade, a partir de uma educação para o desenvolvimento e estilo de vidas sustentáveis. Se bem trabalhada, essa meta pode ajudar a alcançar, por exemplo, objetivos diretamente ligados à sustentabilidade como os 7, 11, 12, 13, 14 e 15, que tratam da energia limpa e acessível, de cidades e comunidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, ação contra mudança global do clima, vida na água e vida terrestre.
Mas como tornar isso realizável em nossas práticas cotidianas e nossos espaços de aprendizagem? Um dos muitos caminhos possíveis a serem percorridos é o da educomunicação, área de intervenção social que se desenha na interface entre a comunicação e a educação.
E quando falamos em educomunicação, nos referimos a um imenso leque de áreas de atuação, metodologias e abordagens que se orientam para a criação e o fortalecimento do que é chamado de ecossistema comunicativo em comunidades educativas.
Aqui, a aproximação com a ecologia é feita para definir as teias de relações entre aqueles que convivem nos espaços educativos entendendo que as práticas educomunicativas são voltadas ao desenvolvimento harmonioso, dialógico e dinâmico dessas relações. A educomunicação busca provocar reflexão, mas sobretudo ação crítica e busca transformação, mas sobretudo o transformar-se.
A Década dos Oceanos e a educomunicação sociambiental
Em 2017, um ano após terem concluído a primeira Avaliação Mundial dos Oceanos, que apontou a necessidade de ações urgentes para sua sutentabilidade, as Nações Unidas proclamaram que entre 2021 e 2030 teríamosDécada da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, procurando cumprir os compromissos da Agenda 2030, com foco no ODS 14 e correlatos.
Organizações da sociedade civil, governos, cientistas e toda a comunidade oceânica está diante desse desafio e, ao mesmo tempo, oportunidade de unir esforços, recursos e fazer parcerias para cumprir com esse objetivo e reverter os danos já causados aos oceanos.
Um exemplo é o Painel Mar, uma plataforma colaborativa que une academia, sociedade civil, entidades governamentais e comunidades costeiras. Seu objetivo é articular redes de conhecimentos costeiro-marinhas a partir da educomunicação, de forma que possam interagir mais com as políticas públicas, seja no seu apoio, fiscalização ou proposição, promovendo assim, uma cidadania consciente na construção de uma sociedade mais sustentável.
Quando trazemos isso para uma perspectiva de diálogo com a educação ambiental, um dos principais pontos é justamente a formação de sujeitos ecologicamente conscientes e engajados, já que a educação ambiental crítica assume que o ser humano não pode ser entendido em separado da natureza e fora dos processos sociais. Por isso, quando abordada no ambiente educativo, seja ele formal ou não-formal, ela busca solucionar os problemas dos territórios onde se faz presente, trabalhando o comprometimento dos educandos na mobilização em torno de um propósito comum: promover as transformações sociais necessárias para o desenvolvimento sustentável.
*Texto escrito por Cristiane Parente e Mariana Ferreira Lopes. Cristiane Parente é Jornalista Amiga da Criança (ANDI/Unicef), educomunicadora, professora. Doutora em Comunicação pela Universidade do Minho; Mestre em Comunicação, Cultura e Educação pela Universidade Autônoma de Barcelona; Mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Sócia-Fundadora da ABPEducom e Sócia-Diretora da empresa de consultoria Iandé Comunicação e Educação (cristianeparente.edu@gmail.com / @crisparente1 ).
Mariana Ferreira Lopes é jornalista e educomunicadora. Doutora em Comunicação pela Unesp. Mestre em Comunicação e Especialista em Comunicação Popular e Comunitária pela UEL. Associada à ABPEducom e Sócia-Diretora da empresa de consultoria Iandé Comunicação e Educação (flopes.mariana@gmail.com). As profissionais colaboram voluntariamente com o Instituo GRPCOM no Blog Educação e Mídia
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