Nas escolas de nível médio que ofertam o idioma espanhol entre suas disciplinas, não é raro ouvir indagações dos matriculandos sobre a necessidade de se aprender esta língua, tão vizinha nossa, tanto em termos linguísticos quanto geográficos. Estamos cercados por países que falam o espanhol e, especialmente no sul brasileiro, é frequente o relacionamento com turistas e comerciantes que buscam o Brasil: argentinos, paraguaios, uruguaios, chilenos, bolivianos, só para citar os mais próximos. E apenas esse fator geográfico já explicaria a quase imperativa utilidade de aprendermos a língua espanhola, praticamente uma segunda língua para os brasileiros.
No mundo atual, rapidamente transformado pelas novas tecnologias, a comunicação internacional tornou-se quase rotineira, o que tem ampliado a necessidade de conhecermos outros idiomas, além da nossa língua nativa.
E como se compõe o mundo hispânico, com o qual temos que conviver para nossos negócios e até mesmo para o lazer? Até 2021, a estimativa da população mundial era de 7,8 bilhões de habitantes. Mesmo com uma diversidade idiomática muito grande, essa população concentra-se, em sua maioria, em quatro línguas mais faladas: o inglês é o idioma mais utilizado no mundo, o segundo é o mandarim, seguido pelo hindi em terceiro lugar, idioma falado na Índia.
E na quarta posição encontramos o espanhol, com mais de 540 milhões de falantes. É a língua oficial da Espanha e de quase todos os países latino-americanos. O português se coloca entre as principais, em 9º lugar, com 258 milhões de falantes em nove países (só o Brasil concentra 209 milhões).
O Espanhol e o Brasil
Quase todos os países que fazem fronteira com Brasil falam espanhol. Mais acima estão os países da América Central e do Norte; oito deles têm a língua de Cervantes como idioma oficial, mas podemos somar também os Estados Unidos da América e o Canadá, onde o espanhol também é uma língua indispensável.
A mescla de palavras nos dois idiomas no nosso país resultou em um “quase dialeto” chamado Portunhol, que muita gente acha que “quebra o galho” quando se viaja de um país para outro. Mas muitas vezes ele se torna cômico, incompreensível e até injurioso, se não soubermos distinguir palavras aparentemente iguais nas duas línguas, mas que têm acepções completamente diferentes.
Destaquemos também as diversidades linguísticas. Vejamos do português a palavra pipoca, companheira deliciosa quando vamos ao cinema. Em Espanha se diz: palomitas de maíz; em Argentina: pochoclo; Colômbia: crispetas; Perú: canchitas; Chile: cabritas de maiz; Uruguay pororó; Paraguai: rosetas de maíz; Equador: cangul; Venezuela: cotufas; Cuba: rositas de maiz. Bolivia: pipoca; México: palomitas.
A grande disseminação da língua espanhola em nossa região e em todo o planeta faz com que muitíssimas empresas exigem que seus funcionários a domine, pelo menos de modo instrumental, quando não fluentemente, para incrementar suas relações econômicas.
Já existem novas propostas no Parlamento Federal para reimplantar a obrigatoriedade do ensino do espanhol, o que será uma grande vantagem para os futuros profissionais que estarão inseridos em um mercado de trabalho cada vez mais integrado internacionalmente. Sobretudo nas atividades turísticas, o idioma espanhol é essencial, não apenas para a comunicação com países hispânicos, mas em muitos outros onde saber falar espanhol também abre portas.
Nos colégios Sesi do Paraná o curso de Espanhol é ofertado a distância. O curso completo tem três níveis: Básico, Intermediário e Avançado. O aluno que o finaliza está preparado para realizar o ENEM com maior propriedade. Nos colégios internacionais trilíngues do Sesi, o Espanhol está presente em todas as disciplinas.
Existem muitas maneiras de aprender essa língua. Quando realizei minha pesquisa de mestrado sobre a aprendizagem significativa do Espanhol, utilizei como ferramenta os mapas conceituais, onde cada aluno devia descrever um país de América Latina. O resultado foi surpreendente, como registra o gráfico abaixo, produzido por um dos alunos que participaram em minha pesquisa:
Em outra atividade, o aluno devia escolher alguma forma de expressão de um país. Uma aluna induziu seu professor para executar um belo tango argentino, além de falarem das riquezas de nosso país hermano. E que dizer dos demais ritmos que nos acariciam os sentidos e nos transportam a viagens imaginárias? Quem nunca dançou um romântico bolero ou uma composição moderna, ao estilo de Shakira? Isso sem falar nos filmes e séries produzidos para a televisão (em espanhol) verdadeiramente magistrais.
O bom, mesmo, é aprender a falar fluentemente a língua dulce y musical com que foi escrita a fantástica saga del ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha, escrito por Don Miguel de Cervantes. Nunca será perda de tempo: ao contrário, ganhamos mais ao alargar, sem grandes esforços, os caminhos da comunicação, do prazer da leitura e dos ganhos comerciais.
Teresa Vargas Sierra é graduada em Comunicação Social/Jornalismo e Letras, Mestre em Educação, atua como professora de Espanhol do Sistema Fiep e colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.
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