As férias escolares são um convite para diversão em família – ou apenas o período em que os pais precisam encontrar outras formas de organizar a vida dos filhos, sem a salvação diária chamada escola. Com as crianças em casa, é necessário pensar em segurança, uma vez que elas, assim como idosos, estão mais suscetíveis a sofrer acidentes.
Os principais fatores do acidente doméstico estão no próprio ambiente – e é justamente onde a família julga ser o lugar mais seguro que existem diversos objetos que representam potenciais riscos para as crianças.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em época de férias, há um aumento de 25% nos acidentes domésticos, em relação ao restante do ano. Por isso, a atenção dos pais ou responsáveis com as crianças precisa ser ampliada. Como ficam mais em casa, com tempo ocioso, mais vulneráveis elas se tornam às armadilhas que uma casa pode abrigar.
Esse tempo estendido em casa alia-se ao fato de as crianças pequenas serem muito curiosas. Elas aprendem sobre o mundo interagindo fisicamente com os objetos que encontram. Gostam de tocar, sentir e explorar. A maior parte das crianças com idade inferior a cinco anos tem pouco senso de perigo – elas não dimensionam a consequência que sua curiosidade pode ter.
Certamente acidentes infantis podem ser evitados com atitudes de prevenção, basta um olhar cuidadoso para cada ambiente. A cozinha e a área de serviço merecem atenção especial. Medidas simples como direcionar o cabo da panela para dentro do fogão, evitam esbarrões e queimaduras. Remédios, produtos de limpeza, inseticidas e outros venenos devem estar tampados e guardados em locais fechados e longe do alcance das crianças, que ficam mais expostas a envenenamentos por ingestão destas substâncias.
Toalhas compridas na mesa de jantar podem ser puxadas para se apoiar e, se houver algo em cima dela, como líquidos e alimentos quentes, poderão cair em cima da criança. Para evitar os choques elétricos, há dispositivos que vedam as tomadas, e é fundamental orientar as crianças sobre os riscos de brincar perto dos fios da rede elétrica. As janelas dos apartamentos devem ter redes de proteção ou grades. É recomendado não deixar móveis posicionados abaixo delas.
Pisos molhados também são um risco, o ideal é colocar antiderrapante nos tapetes ou retirá-los do ambiente. Nos quartos e salas, os cuidados devem ser com as divertidas escaladas em armários e gavetas – as quedas são um percentual alto (e grave) dos acidentes domésticos. Já no banheiro, a tampa do vaso sanitário deve estar sempre fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança, ou a porta do banheiro trancada. Jamais crianças podem ficar na banheira sem supervisão, nem mesmo por pouco tempo.
Utensílios afiados e aparelhos como lâminas de barbear, tesouras e secadores de cabelo devem ser mantidos fora do alcance das crianças. Quinas afiadas são constante perigo, móveis com quinas arredondadas são a melhor escolha. A garagem não é um local seguro, crianças não devem brincar nelas. Carros precisam ser trancados (especialmente o porta-malas), chaves e controles automáticos devem ser mantidos longe do alcance das crianças.
Já as piscinas devem ser protegidas com cercas que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos. Quando a criançada for usar a piscina, a supervisão de um adulto o tempo todo é essencial, até mesmo para brincar junto, afinal, a animação das férias está em poder brincar com pai, mãe, avós, tios, primos.
Por mais atentos que os responsáveis sejam, alguns investimentos na casa podem ser determinantes para evitar acidentes domésticos, manter a alegria nas férias, e no resto do ano. E, ainda assim, os acidentes podem ocorrer – afinal, as crianças têm muita energia e não é possível prevenir 100% das situações de risco. Em caso de acidentes, é fundamental manter a calma e buscar quem possa oferecer os primeiros socorros, acionando o serviço de urgência. E sempre lembrar: criança maior não é responsável por criança menor, são todas crianças na hora da diversão e brincadeira, o perigo e o cuidado servem para todas!
*Texto escrito por Milena Kendrick Fiuza, Psicopedagoga, Mestre em Administração e gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino que é filiado ao SINEPE. O SINEPE colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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