Parte do esquema montado pelo norte-americano Sam Killermann para explicar a diversidade de gênero e orientação sexual. Imagem: itspronouncedmetrosexual.com| Foto:

É verdade que métodos contraceptivos, IST’s e gravidez na adolescência são temas abordados pela escola. Porém, existe um vasto universo de questões relacionadas a gênero e sexualidade que permanecem intocadas pela educação formal, as quais muitos(as) adolescentes crescem sem ter espaço para dialogar sobre.

CARREGANDO :)

São aspectos culturais e sociais que influenciam nossas decisões nesse campo e que, se problematizados e debatidos em conjunto, contribuem para formar uma juventude mais consciente, tolerante à diversidade e empoderada sobre sua própria sexualidade.

 

Publicidade

O exercício da sexualidade também é um direito humano

Exercer a sexualidade também é um direito humano e, como tal, é peça importante para o pleno desenvolvimento das pessoas. Por isso, o primeiro alerta é tomar cuidado para não cair num discurso conservador que criminaliza a curiosidade da juventude sobre a própria sexualidade.

Assumir um caráter proibitivo e moralista dificulta o diálogo aberto e, por consequência, leva a escolhas feitas com base em desinformação. Por outro lado,  ignorar o tema não contribui em nada para desenvolver uma autonomia do público jovem. Ao contrário, serve simplesmente à manutenção do tabu.

 

Antes de desconstruir o outro, precisamos desconstruir a nós mesmos

Publicidade

Parece clichê, mas a desconstrução dos estereótipos e padrões impostos é um processo contínuo e mais do que necessário. Portanto, comecemos olhando para além dos modelos heteronormativos de comportamento e relacionamento entre as pessoas.

A lógica heteronormativa impõe a heterossexualidade (pessoas que se sentem atraídas por outras do sexo oposto) como única alternativa socialmente aceitável e desejável, carregando consigo uma série de comportamentos e atitudes que são divididas de acordo com cada sexo. Dentro dessa lógica, um homem que se veste com roupas tidas como típicas do vestuário feminino seria automaticamente apontado como homossexual, já que usar saia ou salto alto seria, entre aspas, “coisa de mulher”.

Refletir sobre o quão influenciadora da nossa sexualidade a cultura pode ser faz parte do processo. Aquilo que pode ser considerado atraente, interessante ou mesmo aceitável está profundamente ligado a cultura e aos papéis socialmente atribuídos aos sexos. Nesse contexto, as desigualdades sociais, a mídia  e as relações de poder também fazem parte da conversa.

Em se falando de educação, a desconstrução desses modelos pode auxiliar não só a enfrentar situações de discriminação no ambiente escolar, mas também a fazer da escola um ambiente menos excludente para pessoas LGBT, por exemplo.

 

Publicidade

As diferentes cores do arco-íris

Se a experiência humana em todas as áreas pode ser vasta e diversificada, por que não poderia a sexualidade? Reflexo disso é a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero por meio das quais as pessoas se identificam.

Uma boa referência para começar a entender melhor esse universo é o infográfico “The Genderbread Person”, produzido pelo norte-americano Sam Killerman. De maneira simples, são diferenciados a identidade de gênero, maneira como você se identifica com um, outro, ambos ou nenhum dos gêneros pré-estabelecidos; expressão de gênero, que corresponde ao modo de agir, de se vestir, comportamentos e como estes são interpretados pela ótica de gênero; sexo biológico, representado por características físicas como órgão genital, hormônios, cromossomos do DNA etc.; e atração sexual e romântica, ou seja, predominância de atração por características ditas como femininas e/ou masculinas.

Já no campo dos relacionamentos, outra referência visual interessante é o infográfico “Varieties of Intimate Relationship” (“Variedade de relacionamentos íntimos”) produzido por David McCandless e Laura Sullivan, do site Information is Beautiful (“informação é bonita”, em tradução livre). Nele, os autores constroem um esquema de ramificações com os principais tipos de relacionamento, divididos em “monogâmicos”, “não-monogâmicos” e “celibato”.

Publicidade

*Artigo escrito por Paula Nishizima, jornalista e educomunicadora do coletivo Parafuso Educomunicação. O Parafuso Educom é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no Blog Educação e Mídia.

**Quer saber mais sobre cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom, Twitter: @InstitutoGRPCOM e Instagram: instagram.com/institutogrpcom