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Ao sair de todas as indecisões e incertezas do vestibular, é normal pensarmos que não teremos dúvidas pelo caminho, pois é tempo de manter o foco, descansar e aguardar ansiosamente as aulas começarem. Mas enquanto efetivava minha matrícula e participava de palestras sobre o curso, percebi uma questão comum nas cabeças universitárias: Licenciatura, bacharelado ou ambos?

Em alguns cursos da Universidade Federal do Paraná, por exemplo, podemos escolher a habilitação logo na inscrição do vestibular. Já em outros, isso é possível apenas na confirmação da matrícula, como é o caso de Letras. Porém não há o que nos impeça de concluir primeiro uma habilitação e, em seguida, cursarmos outra – desde que o período estipulado pela universidade para manter-se matriculado seja cumprido.

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Normalmente esse assunto causa confusão já no primeiro dia de aula, mas tenha calma, calouro. Antes de tudo, é fundamental conversar com quem domina o assunto e organizar ideias respondendo as perguntas levantadas.

O segundo passo é entender as diferenças entre as duas habilitações. Na licenciatura, estudamos disciplinas pedagógicas que são específicas para esta área, como Estrutura e Funcionamento da Educação Básica ou Didática Geral. E então vem a habilitação para lecionar no ensino fundamental e médio. Já o bacharelado possibilita que os alunos desenvolvam atividades em uma determinada área de atuação, no campo de pesquisas acadêmicas, por exemplo. O curso de bacharelado em História da UFPR permite que o graduado atue em pesquisas específicas, com cinema e também como pesquisador em museus, contudo, sem a permissão para lecionar.

Conversei com alguns estudantes que circulam pela Reitoria e surgiram ainda mais dúvidas em cada argumento. Para os licenciandos, a licenciatura é a mais acertiva, pois envolve gostar e querer atuar na área da educação e, principalmente, mais oportunidades no mercado de trabalho. Já os graduandos que não se identificam com licenciatura respondem: “escolhi bacharelado porque não tenho vocação para dar aulas”. Para outros, a preferência pela grade curricular do curso faz com que não restem dúvidas. “As disciplinas pedagógicas nunca me interessaram, escolhi o curso porque pretendo ser tradutora, por isso não vejo vantagens na licenciatura”. Com toda essa indecisão entre uma e outra habilitação, há quem faça logo as duas.

Na palestra que tive no início do curso, o coordenador de Letras afirmou que escolhermos a licenciatura ainda é a melhor opção. Mesmo que as duas modalidades tenham a mesma base, a licenciatura oferece mais vantagens ao graduado. O bacharelado não tem na grade do curso as matérias pedagógicas, entretanto possui algumas disciplinas mais voltadas a quem cursa o bacharel. A principal diferença entre os dois cursos é que se o aluno escolhe fazer a licenciatura, por exemplo, pode incluir como “optativas” as disciplinas ofertadas para o bacharelado; já o inverso não pode ser feito, graduando de bacharelado não poderá aproveitar as matérias da licenciatura. Essa foi a fala do coordenador logo no primeiro dia de aula e que marcou a minha decisão – não que eu tenha certeza de que é a resposta certa.

Importante mesmo é que na hora de definir estejamos certos de todos os pontos positivos e negativos da habilitação que escolhemos. Pesquisar, ouvir e conversar é fundamental sim, porém o que mais vale é a nossa própria opinião, para que, posteriormente, não surja a hipótese de querer mudar ou até mesmo abandonar o curso por não estar satisfeito.

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E você, já parou para pensar nesse assunto?

>>Juliane Gambogi é estudante do 2° período de Licenciatura em Letras da Universidade Federal do Paraná e colaboradora do Instituto GRPCOM.

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