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Literatura, Artes e Mídia: mix de linguagens que dá resultado

A literatura se tornou mais instigante para os alunos (FOTO: Jonathan Campos / Gazeta do Povo) (Foto: )
A literatura se tornou mais instigante para os alunos (FOTO: Jonathan Campos / Gazeta do Povo)

A literatura se tornou mais instigante para os alunos (FOTO: Jonathan Campos / Gazeta do Povo)

Uma olimpíada que mexeu com pensamentos e visões de mundo de muitos adolescentes. Um projeto que tinha como premissa estimular o hábito literário entre alunos do Ensino Médio, mas alcançou resultados ainda mais densos, impactando positivamente na vida de cada um dos estudantes. No post de hoje gostaria de compartilhar os resultados dessa experiência chamada “I Olimpíada de Literatura – eu, outro, cotidiano e sociedade”, que rendeu, além do aprendizado, um curta-metragem produzido pelos alunos.

Resgatei o assunto após organizar, neste começo de 2014, meus documentos de entrevistas produzidas ao longo do ano passado. E encontrei o registro de um bate-papo feito em dezembro com um grupo de alunos. Eles falaram sobre como se envolveram com a proposta da olimpíada e o que todo esse processo significou em suas vidas. Ao reler a entrevista, verifiquei que os resultados, tanto pedagógico quanto de formação humana, traduzidos nas palavras dos alunos mereciam vir à tona e divulgados aqui no blog.

A olimpíada surgiu como uma forma de tornar a leitura algo instigante, motivando os alunos de toda rede de ensino a percorrerem um caminho de crítica, de conhecimento de temas complexos e análises profundas. Foram quatro desafios, sendo que cada um abordava duas obras literárias brasileiras e propunha um percurso diferente para sua resolução, sempre envolvendo as Artes, com referências cinematográficas, musicais etc. A entrega do trabalho era concretizada por meio das linguagens midiáticas, como vídeo, história em quadrinhos, fotografia e rádio. Os grupos eram totalmente responsáveis pelo domínio técnico das ferramentas, como edição de vídeo e áudio, técnicas de fotografia e ilustração. Para os alunos e professores, esse cruzamento de linguagens fez toda a diferença para o projeto dar certo.

Em cada desafio os estudantes debatiam tópicos chamados de fios culturais. Temas como a morte e a mulher exigiam um debate complexo, sendo que as reflexões, muitas vezes, acompanhavam os alunos até em casa. “Eu não conseguia desligar, ficava pensando no que conversamos durante os encontros e nas ações que precisávamos fazer para responder ao desafio. Não era simplesmente sentar e escrever, era preciso pensar, refletir e organizar”, explicou Rafaela Alves da Silva, 16 anos. Seu colega, Pedro Boaron, 17 anos, afirmou que o projeto mudou sua visão não apenas sobre a literatura, mas das artes em geral. “Precisávamos entender a vida, a história do autor, o que se passava em sua cabeça para compreender os motivos de sua escrita”. Ele afirma que os fios culturais eram instigantes, pois motivavam transformar seus sentimentos em palavras.

Kauan Arthur Fonseca Lunardon, 17 anos, contou que o primeiro desafio já mobilizou a equipe. “Pediram pra gente fazer um vídeo e isso foi muito legal porque exploramos conhecimentos que ainda não sabíamos. Começamos com o brainstorm, trazendo várias ideias. Fechamos o primeiro dia com um roteiro quase pronto. Depois já fomos para a produção”. O aluno também destacou o segundo desafio, que pedia a confecção de um álbum de fotos. “Fiquei apaixonado por fotografia. Passei a conhecer técnicas, como o uso do ISO, do diafragma, para que as nossas fotos tivessem um resultado melhor”. Para Rafaela, os resultados sempre eram uma surpresa. “Quando víamos o material finalizado, pensávamos: ‘ficou melhor do que a gente esperava’. Foi trabalhoso, mas valeu a pena, pois foi bastante enriquecedor, aprendemos muitas coisas que acredito que não aprenderíamos em sala de aula”.

Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há nove anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Por meio da sua empresa, Presença – Comunicação Educacional, produz textos, entrevistas e reportagens direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família.

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