| Foto: Imagem de storyset, no Freepik
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Em uma sociedade cada vez mais informatizada, obter e manter o interesse dos educandos tem sido um grande desafio para educadores de todas as etapas e áreas do conhecimento. Não é possível competir com as tecnologias e redes sociais cada vez mais atrativas, então, torná-las nossas aliadas é a atitude mais sensata e inteligente. O modelo educacional que centraliza a figura do professor como detentor e transmissor do conhecimento perdeu espaço para metodologias que priorizam o protagonismo do estudante, assim, nós educadores e instituições de ensino precisamos repensar nossas salas de aula e como ensinamos.

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A discussão sobre metodologias de ensino e aprendizagem não é pauta apenas da sociedade atual; desde o período clássico, filósofos empenharam-se em formular teorias buscando soluções para estabelecer um formato de educação que seja efetivo, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, igualitária e em constante evolução. O pensador Jean Jacques Rousseau se dedicou em duas de suas grandes obras para teorizar uma forma de ensino voltada para a vida prática. Segundo o filósofo, a educação deveria sair das esferas escolares e preparar as crianças e jovens para vivências cotidianas e enfrentamentos aos problemas e situações da vida adulta.

Mas qual a ligação entre a metodologia a que me propus discorrer neste artigo e a teoria do pensador de Genebra? Nos próximos parágrafos mostrarei um pouco da metodologia STEAM, sua definição e como minha prática docente vem sendo aprimorada após eu ter contato e decidir aplicá-la em minhas aulas.

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STEAM são as letras iniciais das seguintes palavras em língua inglesa: Science, Technology, Engineering, Art e Math – que tem por tradução em língua portuguesa: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática. A metodologia STEAM consiste no ensino interdisciplinar envolvendo todas estas áreas do conhecimento. Ao contrário do ensino tradicional, onde o professor expõe o conteúdo enquanto o aluno faz anotações e busca absorver passivamente as informações, em uma metodologia ativa como a STEAM o protagonismo dos alunos é incentivado, assim os educandos discutem os temas propostos, criam soluções para problemas, interagem, ensinam e aprendem uns com os outros. Aprender e ensinar passa a ser um processo prazeroso, pois a colaboração é um dos elementos principais tornando assim os estudantes mais engajados.

Vivemos atualmente um mundo de acesso a muitas informações, o que não significa produção de conhecimento, pois não raras vezes os jovens e adolescentes, principalmente, apresentam muitas dificuldades na tomada de decisões ou mesmo na formação do caráter como cidadãos. Saber filtrar as informações recebidas e transformá-las em conhecimento prático não é tarefa fácil em um mundo pautado no imediatismo, onde os conteúdos ministrados em nossas salas de aula podem ser acessados com apenas alguns cliques em plataformas digitais sem necessidade de esforço mental algum.

Uma pessoa que não coloca sua imaginação em ação não tem criatividade: para ser criativo é necessário estar aberto a tentativas, erros e acertos. Logo, a produção do conhecimento é um processo que exige resiliência, habilidade esta desenvolvida através da metodologia STEAM.

É papel da escola e dos educadores buscar meios de despertar os alunos para a responsabilidade individual e para com o próprio futuro sem deixar de praticar a empatia.  Ao apresentar desafios pertencentes a realidade dos alunos ou propostos por eles, o professor torna o ensino mais leve e interessante, transforma o conhecimento teórico de sala de aula em algo prático, incentiva a criatividade, possibilita aos educandos adquirir conhecimentos necessários à vida prática.

Marilene Mendes Nere é professora de Língua Inglesa na escola Sesi de referência em São José dos Pinhais, possui Licenciatura em Letras Português-Inglês, Pedagogia, Filosofia e Sociologia, é pós-graduada em processos inovadores de ensino e aprendizagem na educação básica e colabora voluntariamente para o blog Educação & Mídia.

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