Não conheço um político que tenha coragem de dizer abertamente que a educação vem em segundo plano e, da boca para fora, quase todas as pessoas fazem o mesmo. Mas será que nossos atos têm coerência com nosso discurso?
Reparem o investimento feito nas obras da Copa: além dos recursos financeiros, também temos a energia de milhões de pessoas, incluindo até o Congresso Nacional, que tem priorizado a votação de leis específicas relacionadas ao evento. Obviamente teremos um legado, incluindo fabulosos estádios em locais sem grandes times, como em Cuiabá e Manaus. Inegável que isso aumenta a visibilidade internacional do nosso país, que trará receita proveniente do turismo e talvez até aumente a autoestima dos brasileiros. Mas, e se todo esse investimento financeiro e de atenção dos nossos representantes fosse feito para transformar a educação brasileira. Qual seria o melhor legado?
Nossos representantes refletem os valores da maioria da população. Nesse sentido, será que nossos atos colocam a educação como prioridade, ou isso também só fica no discurso? O que é mais importante para a maioria? Um carro novo, ruas asfaltadas, bens de consumo ou ampliar o seu potencial intelectual, emocional e relacional? Caro leitor, repare a audiência e preocupação com o nosso amado futebol… Quem é mais importante para a maioria da população: o técnico da seleção ou Ministro da Educação? Por isso, desculpe a propaganda enganosa, mas usamos o nome do Neymar no título desse artigo porque para muitos ele atrai mais do que qualquer palavra relacionada com educação.
Valorização salarial dos professores e profissionais que atuam com o desenvolvimento humano, investimento na qualificação dessas classes, melhora da infraestrutura das escolas e dos locais destinados ao aperfeiçoamento da população são ações que não trazem efeitos visíveis, em curto prazo, como a construção de um monumental estádio que aparecerá em todas as mídias. No entanto, não podemos desprezar os efeitos que uma transformação educacional provoca em qualquer indivíduo e em uma nação.
E você, caro leitor, tem investido seu tempo e energia no seu desenvolvimento? Suas atitudes mostram que a educação está entre suas prioridades?
>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral da Associação Gente de Bem.
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