Nota baixa do Brasil em lógica. É uma afirmação constrangedora, feita após o resultado Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que deixou o Brasil em 38º lugar, entre 44 países pesquisados e avaliados. Mesmo sendo a primeira vez que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fez esse tipo de teste, para nós que vivemos o dia a dia da escola e o mundo da educação, não é surpresa alguma o resultado.
É do nosso conhecimento a dificuldade com a matemática devido ao grande abismo existente na questão da leitura e escrita. A complexidade está na habilidade de interpretar o que se lê e isso não está sendo trabalhado com qualidade nas escolas do nosso País. Podemos imaginar que seja em função de uma escola desqualificada, pois certamente é mais fácil nos eximir da nossa responsabilidade enquanto sociedade. A habilidade de ler com qualidade e interpretar o que se lê está intimamente ligada à nossa maneira de agir como cidadãos. E tem a ver, sim, com a nossa cultura também.
Percebamos o seguinte: nossos jovens com menos de 25 anos possuem uma preguiça intelectual. Para eles, o estudo, a escola e as responsabilidades representam um sofrimento. O que vale nessa geração é a tecnologia e o conhecimento nos quesitos tecnológicos. Ler e interpretar é difícil para uma geração habituada com absolutamente tudo na mão, sem ter passado pelos ‘nãos’ que o mundo costuma propiciar.
É só observar que nossa educação matemática está falhando, até no sentido de cobrança de horas de estudo. O hábito do estudo não é referenciado pelas famílias, basta ver a reação quando existe muito dever de casa e a família reclama. E o que é o dever de casa, se não a obrigatoriedade de horas de estudo e dedicação para obtermos qualidade no cálculo matemático. Matemática se aprende fazendo, refazendo, fazendo novamente, e o entendimento do uso desse conhecimento no nosso dia a dia.
A escola tem o papel de gerir o conhecimento. Mas com certeza é a família que tem a obrigação das horas de estudo, da hora de rever o que foi aprendido, tirando nossos alunos da tecnologia – que assola a criatividade e a capacidade do pensar – para interagir com a aprendizagem dada pela escola. Existe uma distância quase agressiva entre o saber e a prática da matemática. A criança não compreende o uso da mesma no seu cotidiano, tornando assim a aprendizagem chata e desinteressante.
Vale a pena pensar em uma escola que contextualize a matemática com o dia a dia da criança e também na família, que deve levar a sério o ritmo pelo estudo intenso e que cumpra seu papel disciplinador, não cedendo apenas a simples memorização do conteúdo para as avaliações, mas sim, a um estudo contínuo para um amplo aprendizado.
>> Esther Cristina Pereira – diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR), diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná) e autora do livro “Filhos na Escola Integral: considere esta opção na sua família”.
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