A escola é um lugar de socialização e, assim como eu, muitos educadores consideram a primeira idade – 0 a 3 anos – uma das fases mais importantes para o desenvolvimento social das crianças. O espaço escolar possibilita ao educando participar de projetos e escolhas que irão contribuir para o seu futuro e crescimento como cidadão.
Por meio deste processo, a criança começa a entender seu papel na sociedade e enxergar formas de interagir e aprender junto com os colegas. Os pequenos que iniciam cedo esse convívio possuem mais facilidade para entender e se colocar no lugar do outro, criando um sentimento de empatia.
Isso pode ser constatado quando pensamos nos inúmeros conflitos que existem atualmente entre crianças desta faixa etária. Precisamos ressaltar a importância da escola e dos educadores neste processo. Juntamente com a família, a instituição de ensino auxilia para que os pequenos aprendam a propagar a filosofia do respeito, do diálogo e da compreensão.
No entanto, para desenvolver a socialização com qualidade, é necessário que tanto o poder público quanto os profissionais ligados a essa faixa etária estejam verdadeiramente preparados para trabalhar com ética e responsabilidade.
A escola é um lugar de múltiplas escolhas, de novidades e de vários projetos acontecendo ao mesmo tempo. Tudo isso contribui para que os educandos possam ser felizes e realizar verdadeiramente seu papel de aprendiz.
Mas não podemos esquecer de mencionar que as crianças devem ser tratadas como tal, com respeito e cuidado. A estimulação precoce é um processo divertido que pode ser desenvolvido pela escola com o auxílio de brincadeiras condizentes com a idade das crianças envolvidas.
A socialização precisa ser ensinada para que desde pequenas as crianças consigam conviver com outros seres humanos em harmonia. Dentro desse cenário, o papel da escola tem mudado muito ao longo dos anos. Antes restrita somente ao ensino de matemática, português, geografia e demais disciplinas, agora ela precisa ainda dar conta da educação como prática social e isso envolve disciplina e limites, além de questões cognitivas e afetivas.
É na instituição escolar que que as crianças têm vivido as suas primeiras experiências de negação, contrariedade e regras impostas para um bem comum. Eu pude acompanhar de perto essa mudança no desenrolar dos meus mais de 30 anos na área da educação. Percebi – preocupada – uma perda da essência das famílias, de valores importantes que fazem a diferença para crianças, como amor, atenção e limites. Infelizmente, essas tarefas têm sido passadas pelos pais para a escola. Algumas famílias têm se perdido com relação ao seu real papel na sociedade e isso tem feito com que as escolas sejam a última trincheira da educação formal e informal.
É claro que a instituição escolar tem seu papel no desenvolvimento dos pequenos e não se exime dele em momento algum, apesar de que estamos perdendo muito tempo educando – o que é tarefa das famílias. Esse tempo poderia ser utilizado, por exemplo, para novas aprendizagens pedagógicas. A saída desse dilema é estreitar o relacionamento e a parceria família-escola. O núcleo familiar precisa voltar a cobrar, ser presente e entender que somente pela educação e instrução a criança e a sociedade crescem e se desenvolvem.
*Artigo escrito por Esther Cristina Pereira – presidente do Sinepe/PR e diretora da Escola Atuação,uma das escolas associadas ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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