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O ano de 2015 no Brasil foi de relevantes acontecimentos na área da Educação. Presenciamos a greve dos professores paranaenses e da Rede Federal, que reverberou de março a junho no país inteiro, além da ocupação das escolas paulistas pelos alunos da rede pública, insatisfeitos com a reorganização proposta pelo governo do Estado de São Paulo. Diante deste cenário, as perguntas sobre o futuro da educação brasileira são inevitáveis.

A resposta para estas questões vem dos próprios estudantes, o ato das ocupações demonstra que o aluno não aceita mais ser passivo no processo de ensino-aprendizagem, eles querem o protagonismo! Pensando nisso, algumas escolas de São Paulo vão experimentar neste ano de 2016 um modelo de organização curricular no qual o estudante será responsável por montar sua própria grade horária. A experiência será apenas para o Ensino Médio, cada aluno terá uma carga mínima a cumprir de matérias pré-determinadas, e poderá preencher o resto da grade com disciplinas optativas. Vale a pena ficar de olho nesta iniciativa, que promete ser uma solução para um problema que assombra os jovens a muito tempo, a evasão escolar durante o Ensino Médio.

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Toda essa história de protagonismo estudantil traz consigo outra particularidade do ensino não somente brasileiro, mas que em terras tupiniquins parece agravar-se: o modelo escolar no qual estudamos em nossa juventude é o mesmo apresentado ainda hoje nas instituições, e em nossa época esse modelo era também o mesmo de anos anteriores. As escolas, em sua maioria, são instituições defasadas, que ensinam baseadas nos mesmos moldes de décadas atrás. Este quadro fica ainda mais evidente quando os estudantes saem para o mercado de trabalho e descobrem que o mundo lá fora é diferente daquele apresentado dentro de sala de aula.

Para mudar este panorama, muito se fala nas novas competências para o século XXI, derivadas das inteligências múltiplas de Howard Gardner e de outros teóricos importantes para a educação, como Jean Piaget. Quem defende um modelo de ensino baseado nestas competências alega que, algumas habilidades socialmente importantes para nossas vidas são preteridas nas escolas por abordagens mais conteudistas, o que leva o estudante a proferir a pergunta que não quer calar: “prof…onde eu vou usar isso na minha vida?”.

Fechando o texto e iniciando o ano do blog Educação & Mídia vale a pena dizer que, nem todo o conhecimento deve ser imediatamente aplicável, alguns expandem nossa capacidade de perceber o mundo, de entender certas atitudes e enxergar o presente com vistas no passado. Porém, os alunos precisam ser ouvidos, precisam estar engajados na construção do seu próprio futuro, e do futuro do nosso país. Isso é o que desejamos para o ano de 2016.

 *Artigo escrito pela equipe responsável pelo blog Educação & Mídia, vinculada ao Instituto GRPCOM.

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