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O responsabilizar-se

Um exemplo de campanha que visa estimular a ação cidadã do indivíduo na sociedade (Foto: )
Peça da campanha Política Cidadão promovida pela Gazeta do povo e que estimulava a ação cidadã do indivíduo

Um exemplo de campanha que visa estimular a ação cidadã do indivíduo na sociedade

Eis uma atitude que está sendo destituída do dia-a-dia dos seres humanos. São poucas as pessoas que verdadeiramente se responsabilizam pelo seu dia-a-dia no planeta. Não digo apenas na questão profissional, mas sim com todo o entorno da pessoa como ser humano.

Façamos uma reflexão: quando estamos no trânsito, a responsabilização pela quantidade de tráfego é dada a quem?  Não damos lugar para os outros, buzinamos em qualquer situação, não ligamos a seta, não somos gentis, não somos responsáveis pela direção defensiva. Temos muita pressa e não nos responsabilizamos por sair mais cedo de casa e sermos humanos dentro dos carros, e não apenas parte desta máquina de andar mais rápido.

Quanto à rua na frente da nossa casa, ela é nossa responsabilidade, mas deixamos tudo para o poder público. Por que não limpar, cuidar, varrer, arrancar os matinhos?

Se cada um de nós fizer a sua parte, nossa cidade melhoraria de visual e seríamos muito mais felizes andando nas ruas organizadas. Mas não! Reclamamos de tudo e nada fazemos para melhorar, pois a responsabilidade sempre é do outro.

Não se consegue um processo de responsabilização geral, sendo que sabemos fazer, sabemos que o planeta ficará para nossos netos e não nos responsabilizamos por isso. O responsável responde por todas as ações das pessoas que fazem parte de todo o processo, não existe a coresponsabilização  para com tudo e todos.

Se tivéssemos pensamento coletivo, não haveria necessidade dos cuidadores de trânsito em dias de pequenos acidentes ou arrumações de asfalto, a regulação interna de cada brasileiro geraria um cuidado com o problema em frente, a auto regulação e a auto disciplina fariam com que não precisássemos ver em dias de chuva os senhores direcionando os carros para algum lugar, todos cuidariam do trânsito, pois fomos formados para isso, ensinados a isso.

O que gera essa irresponsabilidade contínua que vivemos em nosso país?

Será que nossa educação tem deixado a desejar, será que a escola e a família não têm conseguido a parceria necessária para trabalhar conceitos de vida com as crianças?

Pensemos um pouco no nosso dia a dia….Em outro dia, vi um pai, trazendo o filho para a escola, com o chimarrão na mão e dirigindo o carro. Fiquei a pensar: qual a imagem e conceito que este menino de 12 anos vai ter, ao ver o pai, que já é conhecedor das leis de trânsito, dirigindo com apenas mão?

Nossas ações refletem diretamente na educação do nosso povo. Se tivermos ações corretas, o outro que partilha conosco da vida, de ambientes, do trabalho, da casa, seja lá onde for, vai copiar o bom comportamento, então vale a dica de que devemos sim, repensar nossa forma de viver, nossas atitudes diárias, pois elas são o reflexo da bagunça que se vive hoje neste país.

>> Esther Cristina Pereira – diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR), e diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná)

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