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A Educação, o aprendizado e os métodos didáticos desafiam algumas das melhores mentes da humanidade desde Aristóteles e sua divergência famosa com a Academia Platônica, quando, com a morte de Platão, esta priorizou a matemática à filosofia.

Atualmente, em universidades norte-americanas e europeias há grupos de pesquisa estudando um novo paradigma para o projeto educacional. Fundam-se em elementos de uma corrente da psicologia cognitiva que enfoca o processamento da informação envolvendo as memórias sensorial, operacional e permanente; considerando, conforme Jean Piaget, que a aprendizagem ocorre somente quando a assimilação do conhecimento passa pela acomodação, a estrutura cognitiva é reconfigurada e estabelecidos novos traçados para a cognição.

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Não se trata de um novo Construtivismo, mas de novas ideias que incluem alguns princípios construtivistas. Entendendo-se que o educando não “aprenderá” o que não lhe interessa e não o desafia, o aprendizado será erigido pelo aprendiz.

O foco é então deslocado do ensino para a aprendizagem, o estudante sujeito do processo, não mais receptor passivo daquilo que Paulo Freire chamava de educação bancária, porque o professor simplesmente “depositava” conhecimentos no aluno, mera doação que tinha entre suas consequências o extermínio da curiosidade e da criatividade, quando o objetivo da educação é inquietar a mente, não acalmá-la.

Enfatiza-se o desenvolvimento de habilidades cognitivas e estratégias que as potencializem, valorizando-se o conhecimento procedimental (como fazer? Como saber?) E sua contextualização (por que, onde e quando), em substituição ao, ainda valorizado, conhecimento confessional (saber que…).

No entanto, cabe vez mais fica claro que isso implica numa profunda transformação na prática docente, não apenas conduzindo o processo de aprendizagem num caminho do despertar da curiosidade, mantendo o fundamento nos conteúdos mínimos já dominados pelos estudantes, mas incorporando mais tecnologia ao fazer pedagógico.

Pesquisadores da área educativa falam hoje em objetos de aprendizagem, definidos como entidades digitais ou não digitais que podem ser utilizadas no ensino com suportes tecnológicos, para organizá-lo e estruturá-lo. Embora mais utilizado em sistemas de treinamento com a utilização do computador e no ensino à distância, toda a metodologia que se utiliza de imagens, vídeos, ou qualquer outro recurso educacional digital, necessita planejamento de forma integrada, desde a produção até a utilização, para atingir os objetivos propostos.

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A experiência educativa tem na tecnologia um importante agente de transformação, e a forma como o material instrucional tem sido projetado e implementado tem impacto significativo na forma como aprendemos e fixamos conteúdos, incorporando-os aos conhecimentos prévios.

Um bom objeto de aprendizagem demanda tempo e habilidade para ser construído, desde o domínio sobre a temática a ser trabalhada, a escolha da melhor abordagem do ponto de vista pedagógico, um adequado manejo da ferramenta escolhida para auxiliar o projeto e, principalmente, coerência durante a execução do projeto como um todo.

Embora hoje tenhamos à disposição um bom número de softwares, vídeos pré-gravados, textos digitalizados e inúmeros recursos multimídias, o planejamento do professor e o interesse dos alunos são essenciais, para agregar conteúdos e ao mesmo tempo conseguir a adesão à proposta educativa, já que ensino e aprendizagem exigem participação ativa de todos.

Se ao professor cabe o esforço de diversificar as maneiras pelas quais disponibiliza a informação, tornando-as dinâmicas e significativas ao mundo do alunado, a este caberá envolvimento efetivo, que só pode acontecer se houver autonomia e vontade de produzir e criar, de descobrir o novo.

Como pontuou o professor Pedro Demo, não há escola ou aprendizado sem professor, motivado e respeitado: “Para mudar qualquer coisa em educação, é imprescindível mudar o professor, em duas dimensões conjugadas: valorização socioeconômica profissional e valorização da formação e formação continuada. Não considero que o professor resolve tudo, porque toda proposta monótona não corresponde à complexidade da realidade, mas ele é peça-chave”.

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O caminho é conhecido: professores interessados tornam-se professores interessantes, professores interessantes ajudam a despertar o interesse do aluno; e aí começa o processo de aprendizagem.

* Artigo escrito por Wanda Camargo, professora do UniBrasil Centro Universitário e associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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