O maior desejo das famílias é ver seus filhos felizes e, em geral, não medimos esforços para isso. Mas, em certos casos, a ação dos pais acaba se convertendo em uma superproteção que impede os filhos de amadurecer. São os chamados “pais helicópteros”, que estão sempre “sobrevoando” a vida dos filhos para afastar perigos e sofrimentos.
A linha divisória entre educar e superproteger sempre foi tênue. Agora, com os perigos das grandes cidades, a navegação no espaço sem lei da internet e o monitoramento contínuo possibilitado pelos celulares, o cuidado com esse excesso paternal precisa ser redobrado. Essa é a advertência que faz Julie Lythcott-Haims, decana da Universidade de Stanford e mãe de dois filhos adolescentes, no livro “Como criar um adulto”.
A médica psiquiatra italiana e educadora Maria Montessori cita que se deve educar para a liberdade. Este é o lema que norteia o processo de ensino do Colégio Sion, desde a década de 1950. Uma metodologia sem as amarras dos métodos conservadores, e que busca ao mesmo tempo desenvolver todas as potencialidades do indivíduo, e cultivar princípios que o tornem um ser humano pleno: ativo, responsável, solidário, autônomo.
Como ensina a filosofia montessoriana: “Deixai as crianças livres para se mover, livres para escolher o seu trabalho, para interrompê-lo e recomeçá-lo. É pelo movimento que a criança organiza e constrói sua personalidade, pela escolha que aprende a decidir e tornar-se consciente através da liberdade (…).”
O incentivo à autonomia ocorre desde a Educação Infantil e o trabalho é desenvolvido com as famílias. Muitas vezes, os responsáveis tendem a superproteger seus filhos para que não sofram frustrações. Isso acaba afetando o desenvolvimento emocional e intelectual dos jovens. Não podemos privar nossas crianças e jovens das consequências de suas ações. Acabam perdendo grandes lições de vida que irão fortalecê-los para os próximos desafios. Isso os instigará a serem desafiadores, críticos e tolerantes.
A vida é feita de liberdade e responsabilidade. Resolvemos problemas e acabamos nos fortalecendo de confiança e autoestima. Mas “pais helicópteros’ impedem que isso aconteça….
Devemos incentivar nossas crianças e jovens a enfrentarem seus problemas diários, por mais simples que sejam, trarão aprendizado e confiança. Não devemos fazer por eles, mas andar junto, ao lado. Devemos deixá-los pensar e agir por si mesmos.
É preciso, sim, estar presente na vida dos filhos!
Amar seus filhos, guiá-los, protegê-los e apoiá-los.
Isso não significa sufocá-los, superprotegê-los ou fazer tanto por eles que nunca aprendam a pensar por si mesmos.
A coisa mais amorosa que você pode fazer por seu filho é se preocupar, mas deixá-lo resolver seus problemas sozinho. Empoderá-lo para que aja por si mesmo, resolva suas questões e aprenda a lidar com as dificuldades.
*Artigo escrito por Juliana Pedroso, coordenadora de comunicação e marketing do Sion Curitiba. O Colégio Sion colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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