“Cidadania é uma palavra que eu pessoalmente amo. A gente chama tanto por ela, mas não basta somente cobrar dos outros. ‘Precisamos melhorar a educação, o mundo, as pessoas’, mas de que adianta só falar? Palavras apenas movimentam o ar e não as mãos”. Essa é uma das afirmações de Nathan Messias Reis Polidoro, um jovem de 19 anos que já tem muita história pra contar. Conquistas, experiências e desafios fazem parte do seu dia-a-dia. Para ele, muito disso vem da oportunidade de ter estudado, durante o Ensino Médio, em uma instituição que lhe proporcionou espaço para que desenvolvesse e colocasse em prática autonomia, responsabilidade, cidadania e criatividade.
De 2011 a 2013, Nathan foi estudante do Colégio Sesi, que em março deste ano comemorou uma década de fundação, totalizando 14 mil alunos em 53 unidades em todo o Paraná. A proposta pedagógica, reconhecida pela sua metodologia, é aplicada por meio de Oficinas de Aprendizagem. O objetivo é engajar os adolescentes em uma formação integral e prepará-los para o mundo profissional, tendo como foco o trabalho em equipe, a liderança, o empreendedorismo e a inovação. “As oficinas eram os melhores momentos, pois não faltava assunto para debatermos em sala de aula. O legal era que todo mundo participava, por mais que não tivesse domínio sobre o assunto, e isso criava um respeito sem igual”, lembra o ex-aluno.
Uma das oficinas que ele destaca chamava-se ‘E Agora José?’, baseada no poema de Carlos Drummond de Andrade e que finalizou o 3º bimestre em 2013. “Criamos um café literário, com duração de quase uma hora, com direito a música ao vivo, efeitos visuais, trajes de época e, é claro, café. Enquanto os convidados entravam no auditório, fizemos um coral de vozes masculinas com a música ‘Roda Viva’, de Chico Buarque. Não medimos esforços para montar o cenário, a iluminação, treinar e alinhar todo o roteiro. Essa experiência chamou a minha atenção porque naquele instante percebi que a união de fatores como respeito, responsabilidade e descontração gera o melhor trabalho”.
Mas foi em 2012 que este jovem vivenciou algo muito especial e que o impulsionou para oportunidades que a vida lhe oferece atualmente. Ele e seu colega, Rafael Poletto, idealizaram o projeto ‘Oralidade em Ação’. “Como já estudávamos no colégio há um ano, percebíamos uma diferença entre as apresentações das turmas do 1º ano (por nunca terem falado em público) e as do 2° ano (cuja oratória já estava mais desenvolvida principalmente pelo estímulo da metodologia). Vamos ficar de braços cruzados? Não! Vamos ajudar”, recorda. A partir disso, apresentaram a ideia para a coordenação do colégio e mais 14 alunos entraram para o projeto. A iniciativa foi um sucesso. Começou com 70 adolescentes e em 2014 alcançou quase mil estudantes em 24 unidades.
Além das vivências no ambiente escolar, Nathan também reforça os momentos singelos e inesquecíveis que ultrapassavam os muros da escola, como os dias em que encontrava seu professor de matemática voltando para casa. “Era muito legal, pois conversávamos como dois amigos, falávamos sobre a vida, o colégio em si, os colegas etc. Eu gostava disso, pois a instituição já quebrava tantos paradigmas na forma de ensinar, por que então não quebrar também na relação professor-aluno?”.
Esses passos da caminhada de Nathan contribuíram para outra conquista: desde abril do ano passado, ele trabalha na Gerência de Operações Inovadoras do Colégio Sesi (GOI). O convite veio em um evento promovido pelo Sindicato das Indústrias de Panificação (SIPCEP), quando atuou, pela primeira vez, como mestre de cerimônias. “Ao final, a gerente da GOI, Lilian Luitz, perguntou o que eu faria futuramente, pois eu já cursava o 3º ano do Ensino Médio. Disse que a minha vontade era ingressar no Ensino Superior. Aí ela indagou: ‘Vamos trabalhar na GOI?’. Aquela pergunta era a que eu mais queria ouvir e que jamais esperava escutar, pois esta área é onde todo o fluxo do Colégio Sesi passa e é ali que tudo é criado. Então eu disse um firme sim”.
Essas experiências e desafios vividos por esse jovem o ajudaram a ver que além de todo o conhecimento é preciso ser prático. “O mundo só será melhor com palavras e conhecimentos que façam todos moverem as mãos”, finaliza.
Link do Projeto Oralidade em Ação – www.oralidadeemacao.com.br
*Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há dez anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação desenvolvendo projetos para escolas, secretarias de educação e empresas ligadas ao segmento. Atualmente é mestranda em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) na linha “Comunicação, Educação e Formações Socioculturais”. A profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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