Viver a adolescência normalmente não é fácil. Nessa fase da vida mudamos a forma como vemos o mundo tão rápido quanto as transformações que ocorrem em nosso corpo. Em alguns momentos pode parecer tudo tão confuso… Mas não esquenta! Todos passam por isso. Às vezes nós, adultos, esquecemos que já passamos por essa fase e também temos nossas dificuldades para lidar com vocês.
Essa é uma fase de escolhas importantes, tanto na vida profissional como nas questões afetivas. Nas escolhas profissionais essas dúvidas aumentam no ensino médio, quando a família e a sociedade começam a pressionar mais. Que profissão vou ter? Como vou ganhar dinheiro? Como vou comprar as coisas que quero? Vou pra faculdade? Preciso trabalhar? São decisões difíceis e significativas, por isso desejo que você consiga pensar bem e que encontre pessoas qualificadas e compreensivas que possam te ajudar nessas escolhas.
Também acontecem, nessa época, novas experiências afetivas e sexuais. Agora existem outras possibilidades com o seu corpo, de gostar dos outros e de se relacionar. Paixões e aventuras. Decepções e ilusões. De quem eu gosto? Quem é minha turma? Eles são mesmo meus amigos? Essas vivências afetivas, sexuais, corporais nos fazem mudar a forma de ver o mundo. Nós adultos nem sempre estamos tão preparados para entender seu momento, sua vida, suas vontades e seus conflitos, principalmente se nós estivermos vivendo nossos próprios problemas afetivos.
Para nós, adultos, conviver com vocês nem sempre é fácil. Vocês nos desafiam, não são mais crianças que obedecem e acreditam em tudo, descobrem nossas incoerências, nossas falhas, perguntam o porquê para questões que nós também não sabemos responder direito. Às vezes, nos desentendemos não só pelos seus problemas e dificuldades, mas também pelos nossos.
Em alguns casos as manifestações dos conflitos da adolescência vêm com violência, indisciplina, revolta e transgressão. Talvez por isso alguns achem que a juventude está perdida. Não nego que uma parcela desses jovens seja assim, mas vejo diariamente outra parcela que se mostra transformadora, dedicada e criativa.
Acredito que nós adultos precisamos estar com eles de verdade, escutando, entendendo seu momento, apoiando, colocando limites e protegendo quando necessário. Acredito que precisamos reconhecê-los não como crianças grandes, nem como pequenos adultos, mas como seres humanos que estão vivendo uma fase extraordinária da vida.
>> Este artigo foi escrito por Luciano Diniz, coordenador da pós-graduação em Educação Integral Transformadora da Associação Gente de Bem.
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