7 motivos para você começar agora mesmo a trabalhar com projetos na escola
Certo dia, conversando com um uma pessoa da equipe de formação de professores de uma secretaria de educação, discutimos sobre o trabalho com projetos. Essa pessoa me disse: “neste ano não trabalharemos nenhum projeto, pois, com a pandemia, não estamos dando conta nem do feijão com arroz”. Eu discordei da sua opinião, por saber os ganhos que a Pedagogia de Projetos pode trazer à educação, se soubermos usar o seu potencial, obviamente. Na mesma semana, conheci algumas startups educacionais com projetos incríveis que relataram a dificuldade de entrar nas escolas, mesmo oferecendo produtos gratuitos e de qualidade. Isso me intrigou ainda mais, o assunto ficou “martelando” a minha cabeça e me fez refletir para escrever estas linhas.
Primeiramente, vamos relembrar um pouco da origem disso tudo, lá com Dewey no movimento escolanovista, que tem como premissa a união entre a teoria e a prática, a experimentação, a aproximação dos conteúdos com a realidade dos estudantes e com temas que fazem sentido para o seu universo, a fim de que a aprendizagem se torne mais fácil e significativa. A educação não pode ser desconectada do que os estudantes vivem, veem e ouvem por aí e isso está cada vez mais evidente. A velha história do “tem que aprender pra passar no vestibular”, que ouvíamos décadas atrás, não cola mais. É hora de estabelecer novas motivações.
A própria Base Nacional Comum Curricular, que dá diretrizes para a educação em todo o Brasil, ao trazer as 10 competências como conteúdos essenciais a serem trabalhados pelas escolas (como, por exemplo, o senso crítico, a cultura digital, a cidadania, argumentação, comunicação), dá a deixa para que o trabalho a ser realizado pela escola vá além de um currículo engessado e conteudista. Afinal, como diria Edgar Morin, pesquisador da teoria do pensamento complexo: “mais vale uma cabeça bem-feita, do que uma cabeça bem-cheia”.
ATENÇÃO! Não estou aqui querendo dizer que a escola deve deixar de lado os conteúdos e o currículo formal a ser cumprido, pois isso é necessário e nosso sistema de avaliação ainda é muito baseado no conteudismo. Mas quero dizer que é, sim, possível lançar mão de projetos agregadores para trabalhar os conteúdos de forma mais dinâmica e atual. O segredo é fazer uma boa curadoria e escolher projetos que não sejam meros “penduricalhos”, que ajudem as escolas, professores e estudantes a conciliar seu trabalho obrigatório (currículo) com projetos que podem melhorar a qualidade da educação.
Listo aqui 7 motivos pelos quais, se você é professor, deve refletir agora sobre os benefícios de se trabalhar com projetos:
1 – Aumentar a “caixa de ferramentas” do professor, que pode lançar mão de diferentes estratégias para atingir seus objetivos didáticos e pedagógicos;
2 – Abrir espaço para a criatividade sem abrir mão da responsabilidade com a aprendizagem dos estudantes (permitindo conciliar conteúdos com a “vida real”);
3 – Permitir e incentivar o trabalho colaborativo e o diálogo;
4 – Explorar diferentes linguagens e estratégias para ensinar e aprender;
5 – Incentivar um envolvimento maior dos estudantes e até da comunidade escolar;
6 – Aumentar e diversificar o repertório cultural e científico dos estudantes;
7 – Instigar a curiosidade dos estudantes, dando um novo entusiasmo pela aprendizagem.
Esses são apenas alguns dos benefícios da pedagogia de projetos. Mas a experiência, de quase 20 anos trabalhando com isso, me traz segurança para dizer que os projetos vão muito além. Alguns marcam a vida dos estudantes, abrem novas perspectivas e causam verdadeiras transformações. E você, tá esperando o que pra vasculhar os bons projetos que estão por aí e começar a colher os frutos?
Texto escrito por Ana Gabriela Simões Borges, pedagoga, Doutora em Educação, Superintendente do Instituto GRPCOM, Educomunicadora e Coordenadora Pedagógica dos projetos educacionais do Grupo Paranaense de Comunicação. A autora colabora voluntariamente para o Blog Educação&Mídia.
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