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Nesta semana fiz matrícula para mais um semestre do curso de Publicidade e Propaganda. Se tudo der certo, concluo esta minha segunda graduação ainda em 2014. Sou formada em Jornalismo desde 2001, mas, há alguns anos, decidi procurar conhecimentos também no universo publicitário, propondo, a mim mesma, desafios que colocassem em prática diferentes interfaces entre as duas áreas da Comunicação.

No entanto, talvez, você deva estar questionando: “que relação tudo isso tem com Educomunicação? Por que a autora deste post está escrevendo sobre decisões que, a princípio, interessam a ela?”. Explico.

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Percebo que muitos projetos educomunicativos trabalham a partir da imersão no mundo jornalístico. São atividades que envolvem a leitura crítica da mídia, tendo como base as distintas linhas editoriais, e a criação de meios de comunicação, com a produção de notícias e coberturas educomunicativas, inclusive com registro fotográfico, etc. Mas sinto falta de um debate mais forte entre os alunos e professores sobre o mundo da publicidade, abrindo a perspectiva da leitura crítica da mídia e desafiando os próprios estudantes a desenvolverem peças publicitárias que tenham como foco o consumo consciente, a preservação do meio ambiente, a prática do esporte, a alimentação saudável, entre outros.

Pensar a publicidade com um viés pedagógico é fundamental para desmistificar o romantismo de um universo “perfeito de faz-de-conta”, construído pelos profissionais dessa área e que seduz a maioria das pessoas por meio de dezenas de comerciais que nos bombardeiam diariamente. Porém, é preciso não cair na armadilha das teorias “manipulatórias da mídia” e simplesmente negar essa realidade, afastá-la e recusá-la como se os apelos publicitários não fizessem parte das nossas vidas. É preciso motivar os alunos e educadores a formularem uma crítica sólida, associada à vontade de produzir publicidade de forma consciente. Os objetivos de ações pedagógicas como essa é tanto quebrar hábitos já intrínsecos de como lemos diariamente as mídias, quanto fazer com que o grupo reflita sobre quais intenções existem nos textos e imagens divulgadas em anúncios de revista, comerciais de televisão e promoção na internet.

Obter subsídios coerentes e concretos para oportunizar às crianças e aos jovens o desenvolvimento da leitura crítica da mídia, principalmente com relação à publicidade, abrindo caminhos para que se transformem em cidadãos em busca de seus direitos e que consumam com consciência, é o que me faz sentar toda semana, nos bancos universitários, mas não como professora, e sim como aluna.

 

Patricia Melo é jornalista desde 2001 e há nove anos atua em benefício da Educação por meio da Comunicação. Por meio da sua empresa, Presença – Comunicação Educacional, produz textos, entrevistas e reportagens direcionados especialmente ao universo educacional. Dessa forma, contribui para um diálogo mais consistente e criativo entre a Escola e a Família.

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