É uma pergunta que nos assola a mente, diariamente; pois quando se lida com educação dos filhos ou a educação da escola, não nos cansamos de avaliar o certo e o errado.
Durante as últimas três semanas tenho acompanhado grupos em passeios externos à escola: parques temáticos, de diversões e cidades históricas, como Morretes. E não há como não ficar intrigada com a insanidade que percebemos no processo corpóreo das crianças; é como se soltássemos os mesmos de uma prisão.
Ao fazer a leitura dessa imagem preocupante, detectamos junto as crianças que na vida delas são mínimos os momentos de descontração com as famílias. Passeio ao ar livre, corrida, barraca, verde, natureza, água, cascata, deixando a criança meramente ligadas, plugadas na internet ou se muito um passeio ao shopping.
Nossas crianças, futura geração, estão perdendo o contato com o que temos de mais nobre, nossa essência, a natureza.
Isso, involuntariamente as deixa sem conhecer um pé de trigo, ou abóbora ou quem sabe, um pé de morango, o conhecimento passa apenas as gôndolas dos supermercados.
Não damos a eles o aprendizado de valor às pequenas coisas, como por exemplo, o plantar, colher, andar na água, na chuva, conhecer pedras, cascatas, riachos.
Como desejar que crianças cuidem da natureza se apenas conhecem o concreto?
Vale resignificar nosso padrão de férias, não tão somente as praias, mas sim aos sítios simples para se curtir desde um aprendizado de tirar leite de uma vaca, até a preparação de um pão caseiro.
Nossas crianças perderão sentimentos nobres de respeito aos animais, às plantas se continuarmos a viver essa vida de cidade grande.
Vamos refletir o nascer e pôr do sol, opinar sobre essas duas situações mágicas do nosso dia; ao invés de um presente para o dia do natal, vamos presenteá-los com mais tempo para brincar ao ar livre, perto do que é mais sagrado: a natureza.
>> Esther Cristina Pereira – diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR), e diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná)
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