(Grafiti de Kobra, no RJ)| Foto:

A realidade não tem sido tolerante com nossos jovens e adolescentes brasileiros. Uma grande parte deles se encontra em situação de vulnerabilidade social – conceito que caracteriza a condição dos grupos de indivíduos que estão à margem da sociedade, ou seja, pessoas ou famílias em processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos.

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Para colocar luz na vida destes jovens e adolescentes, nada como falar sobre cidadania. Somos um país livre e democrático. A nossa constituição de 1988 define que todos têm direito de ir e vir, de fazer suas escolhas, de ter voz na sociedade em que vivem. Direito à educação, saúde e lazer. De serem cidadãos respeitados e com suas necessidades básicas supridas. Segundo DALLARI (1998 p.14), em sua obra “Direitos humanos e cidadania”, a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida em sociedade. Quem não tem cidadania, está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, como se estivesse numa posição de inferioridade dentro do coletivo.

A nossa preocupação hoje deve ser incentivar o protagonismo juvenil, ou seja, a atuação de adolescentes e jovens por meio de uma participação construtiva. Isso acontece quando nos envolvemos com as questões da própria adolescência/juventude, sociais, da comunidade, da escola, e contribuímos para assegurar direitos e resolução de problemas de seus respectivos meios sociais.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, no art.16 dos incisos I ao VII, garante o direito de ir e vir nos espaços públicos e espaço comunitários, de ter opinião e expressão; de escolher sua crença e vivenciá-la; brincar, praticar esportes e divertir-se; participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; participar da vida política, na forma da lei; buscar refúgio, auxílio e orientação.

Os adolescentes e jovens se sentirão valorizados e, com o potencial despertado, não medirão esforços para dar o melhor de si para a sociedade. Nesta fase da vida, eles costumam olhar muito para o próximo e são muito leais uns aos outros.

Mas, desenvolvem o egoísmo quando, por alguma razão, o convívio com os mais velhos os ensina que o mais valorizado é aquele que tem mais. As pessoas não são tão importantes, mas as coisas materiais te colocarão nos lugares melhores. Os ideais são colocados de lado e alguém que antes olhava o próximo e queria o bem comum de sua comunidade, se torna doente e egoísta. Meu convite é para a reflexão sobre o que estamos fazendo por essa juventude, cheia de direitos apenas nas leis. Mas desprotegida em seu dia a dia. Que nossos jovens possam ser o que foram chamados para ser. Que usem toda a sua potencialidade, sem serem contaminados por hábitos destrutivos e egocêntricos.

 

*Artigo escrito por Tania Cristina de Castro Ribeiro, diretora da Central Integrada de Apoio Familiar (CIAF), organização que atua com adolescentes e jovens em Curitiba. Colaboradora voluntária do blog Educação e Mídia.

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