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Quer saber como “pensar bem”? Então leia Edgar Morin!
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Quem já dialogou ou dialoga com esse intelectual¹ que aos 98 anos ainda lança livros pelo mundo, deve concordar que a leitura de sua obra é meio difícil no começo. Mas depois que tomamos gosto, entendemos as fontes nas quais ele bebeu e podemos desfrutar dos seus escritos que mesclam Poesia, Arte, Filosofia, Antropologia, Pedagogia, Sociologia e etc.

Esses dias lendo “O método 6 - Ética”, lá pelas tantas quando discorre sobre a ética do pensamento, Morin nos dá uma lição sobre o que é “pensar bem”. Animada com a leitura, exclamei durante uma aula o quão didático e sábio ele foi no texto e fui provocada pelo professor², por isso aqui me atrevo a replicar uma pequena (pequena mesmo) parte de seu ensinamento.


A lição que ele nos dá está mais do que atual, e, coincidentemente, aparece nas competências socioemocionais apontadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a nova diretriz nacional que rege a Educação Básica. Para citar algumas delas: ética, autoconhecimento, responsabilidade, autonomia e empatia, estão sendo bastante discutidas no ambiente escolar. E que bom! Como precisamos disso! Pensar bem já é e continuará sendo, uma das competências mais importantes que podemos ter.

Mas sem demora, vamos ao que interessa: o “pensar bem” é aquele que:
• Religa conhecimentos, libertando-os das caixas nas quais foram isolados;
• Privilegia o diálogo entre os saberes.
• Tem um olhar transdisciplinar que nos instiga a construir um conhecimento complexo. Hoje por exemplo, não podemos falar em aquecimento global e natureza, olhando só para os conhecimentos das ciências biológicas. Estudar essa temática multidimensional, nos fará recorrer também à economia, sociologia, política, cultura, educação.
• Permite uma racionalidade aberta. Uma curiosidade natural pelas coisas do mundo.

• Faz refletir sobre a incerteza. Raul Seixas nos ajuda a explicar isso na música em que canta: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
• Leva à construção da autonomia, responsabilidade e consciência humana;
• Considera a relação local-global e vice-versa;
• Reconhece o poder que a cultura enquanto uma das dimensões formadoras de nossa humanização;
• Ajuda a compreender as barbáries, as histerias e as precariedades da humanidade, especialmente aquelas que acontecem em tempos de crise e de falta de diálogo.

E tem muito mais elementos para o pensar bem. Tantos que renderiam alguns milhares de artigos.

É... “pensar bem” é lindo, mas exige de nós.

Afinal, nos obriga a sair da mediocridade, da superficialidade, para de fato tentarmos compreender as coisas em sua multidimensionalidade e complexidade. Só assim poderemos enxergar as partes que compõem o todo e como o todo também está presente na partes.  
Mantenhamos nossa mente aberta! Mas antes de terminar, vem cá, conta pra mim: você pensa bem?

¹ Edgar Morin: filósofo, sociólogo, epistemólogo e autor do Pensamento Complexo.
² Meu orientador, professor doutor Ricardo Antunes de Sá da Universidade Federal do Paraná.

*Ana Gabriela Simões Borges é Superintendente do Instituto GRPCOM, doutoranda em Educação e Tecnologias e Prosumer. A profissional colabora voluntariamente com o Blog Educação e Mídia.

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