Será que toda conexão desconecta?
Se me conecto com o mundo offline (embora compreendamos que o presencial, “olho no olho”, é tão ou quanto o digital que também permite “olho no olho”) me desconecto do online e vice-versa. Ou é possível estar em dois lugares, integralmente, ao mesmo tempo?
“Volta e meia ao observar pessoas que nos cercam as vemos tão perto, contudo tão longe com seus celulares em mãos… e na sala de aula é a mesma coisa, esses aparelhos distraem, afastam…”
Isso foi o que nos disse uma professora ao enfocar sobre o uso de dispositivos móveis em educação. Algo que se você não ouviu, falou.
Mas como o perto pode estar longe? Será que conexões desconectam? Enfim, tudo se baseia em escolhas, prioridades.
Quantas vezes mesmo sem os tais celulares em mãos nos pegamos longe, sem atentar o que falam ao nosso lado? Uma coisa é sabida, há distâncias que aproximam e conexões que conectam.
Semana passada visitamos uma escola e uma professora, que admitiu não ter celular e há apenas dois meses colocou internet em sua casa. Em relação a deixar os alunos conectados ela disse:
“Eu deixo eles (alunos) utilizarem a internet do celular. Percebi que se dou algo para eles procurarem na internet todos participam da discussão, eu os conectei à minha aula deixando-os conectados na internet”.
A professora desta escola percebeu o que já nos afirmou Paulo Freire (1989:9):
“Ao ir escrevendo este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo””.
Nestes tempos de conexão, nós educadores, temos que pensar se vale a pena estarmos desconectados em sala de aula e distantes da “palavramundo”.
*Artigo escrito por Glaucia da Silva Brito e Gilian Cristina Barros. Glaucia é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Gilian é professora da Secretaria de Estado da Educação, pesquisadora em Tecnologias na Educação e doutoranda em Educação no programa de Pós-Graduação da UFPR. As profissionais colaboram voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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