![Somos uma geração de infoxicados vivendo no infocalipse? Somos uma geração de infoxicados vivendo no infocalipse?](https://media.gazetadopovo.com.br/2020/09/22112252/578372-PLVQV7-4-960x540.jpg)
Se você não sabe responder essa pergunta porque não tem certeza do que significam esses neologismos, explicarei adiante. Mas observe a etimologia das palavras. Dá pra se ter uma ideia do que que representam.
INFORMAÇÃO + INTOXICAÇÃO = INFOXICAÇÃO
INFORMAÇÃO + APOCALIPSE = INFOCALIPSE
Mas essa é só uma ideia superficial, afinal a análise não é tão simples assim. Por isso, te convido a conhecer um pouco mais a fundo esses “novos” conceitos e refletir sobre como influenciam o nosso dia a dia.
Infoxicação pode parecer uma palavra nova, mas vem de mais de duas décadas atrás. O conceito foi criado pelo físico espanhol Alfons Cornella em 1996, para alertar sobre os riscos que o consumo excessivo de informações poderia causar às pessoas.
Sabe quando a gente é bombardeado de informação a todo momento? Chegam pelo whatsapp, por e-mail, por ferramentas de curadoria, pela rádio, televisão, jornal, pelo vizinho….ufa! Realmente não temos como saber de tudo o tempo todo, e aí bate aquela ansiedade. E se a gente não consegue sequer saber sobre boa parte das coisas que acontecem no mundo, imagine analisar com mais profundidade, comparar com outras fontes e verificar se é uma informação verdadeira. Tempos difíceis…
Infocalipse, conceito criado pelo americano Aviv Ovadya, faz menção à crise de desinformação pela qual a sociedade vem passando, e os perigos que isso pode trazer à democracia, à saúde, à educação e a todas as áreas. Quando as pessoas param de se vacinar acreditando que faz mal pois receberam uma corrente no whatsapp, ou quando votam em uma eleição sob a influência de notícias falsas, está instalado o infocalipse.
Nesse momento você deve estar pensando no que fazer para não ser infoxicado e fugir do infocalipse. Mas será que dá pra fugir? Será que o caminho é ficar alienado e parar de se informar?
Fugir ou alienar-se definitivamente não são as melhores escolhas. O que está ao nosso alcance é a alfabetização midiática e a curadoria de conteúdo, ou seja, conhecer mais sobre o mundo da comunicação, das tecnologias, das mídias analógicas e digitais que nos cercam e impactam a nossa vida para podermos fazer boas escolhas. Na prática, precisamos desenvolver habilidades que nos ajudem a consumir e produzir informação de forma saudável, inteligente e responsável. Precisamos saber navegar no mundo digital, nos conectar àquilo que realmente importa, fazer uma boa curadoria, compartilhar informações mais relevantes e saber distinguir o que é fake do que é real.
Não podemos admitir que as notícias falsas continuem se espalhando 70% mais do que as verdadeiras, como mostrou um recente estudo do MIT ( Instituto de Tecnologia de Massachusetts), não podemos compartilhar o que não checamos. Não dá mais pra tolerar o analfabetismo informacional e midiático!
O caminho não é fácil, demanda um pouco de estudo e tempo, mas te garanto que vale a pena. E que vale a pena por nós mesmos, pela nossa família, amigos, pela democracia, por um mundo melhor, longe da infoxicação e do infocalipse.
E então, vamos fazer a nossa parte?
*Texto escrito por Ana Gabriela Simões Borges, Superintendente do Instituto GRPCOM, doutoranda em Educação e Tecnologias e Prosumer. A profissional colabora voluntariamente com o Blog Educação e Mídia.
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