Temos percebido que as famílias iniciam as pesquisas para o ano letivo seguinte cada vez mais cedo. Começam a pesquisar já no início do 2º semestre. Desde o ano passado percebemos este movimento, talvez pelo momento econômico do país. Geralmente, no mês de novembro, as famílias já estão na fase de decidir onde matricularão os filhos.
Com tantas opções e modelos disponíveis – e é muito positivo que exista esta diversidade –, é cada vez mais difícil às famílias decidir. Mas, entre tantos aspectos que podem influenciar na decisão, é muito importante considerar as particularidades de ensino e funcionamento das instituições visadas.
Além disso, é fundamental que cada pai ou responsável procure conhecer bem o seu filho, e fazer a escolha considerando sua personalidade. Afinal, cada criança, cada pessoa, tem um modo de ser e de melhor aprender.
As crenças de cada família também são um aspecto relevante. Vale ter em mente quais são os objetivos da família. O que ela espera do espaço escolar. Essas são questões cruciais.
Aspectos práticos também são pertinentes. Tem família que precisa do período regular, outras do período integral. Há famílias que precisam que o aluno faça as refeições na escola. Tem que ver a necessidade e o objetivo.
Socialização
Perguntar e pesquisar sobre a metodologia de cada escola também ajuda a definir aquela mais de acordo com as crenças da família e o propósito para a formação dos filhos. A escola tem hoje um papel muito importante como espaço de socialização das crianças e jovens. Cada vez menos eles socializam em outros espaços, brincando no bairro, por exemplo, como em gerações anteriores.
Então, a escola se apresenta para muitos como o primeiro espaço de convívio longe do ambiente familiar. Ela vai ser essencial no desenvolvimento de noções de coletividade, de valores, de pertença a uma comunidade, e essas experiências vão enriquecer a construção da identidade do sujeito.
Questões
Para tanto, vale à família se perguntar questões como: “o foco é a aprovação no vestibular?” ou “desejo uma escola que também desenvolva valores de cidadania, respeito, habilidades socioemocionais?”.
Ou ainda: “como a escola vê a criança e o adolescente, qual o seu olhar?”.
Estas são reflexões que a família deve fazer.
Quem Decide
A decisão deve ser dos pais, do adulto. É possível um diálogo e até abrir certas opções, especialmente conforme a idade avança, mas sempre partindo do referencial adulto.
A criança vai olhar aspectos do seu universo infantil. Então o mais adequado é que o adulto exerça seu papel de adulto, orientando a decisão.
Depois, no Ensino Médio, é importante ficar mais alinhado com os desejos do jovem, porque já é o momento de algumas decisões e da busca de novas experiências, mas continua cabendo ao adulto orientar o diálogo. O adolescente continua precisando do olhar de segurança que vem do adulto.
Observe A Escola
Há um aspecto que pode auxiliar sensivelmente na decisão acertada: observar a dinâmica das escolas em análise.
Além das entrevistas e apresentações formais, os pais devem transitar na escola observando como se dão as dinâmicas entre os alunos, nas classes, como transcorrem as aulas.
Assim, podem perceber na prática a aplicação das diretrizes e metodologia da escola. E se estão de acordo com o que desejam para o desenvolvimento educacional de seus filhos, hoje e no futuro. O foco, para definir a escola mais adequada, é pensar, com isenção e muito cuidado: “que adulto desejo que o meu filho seja?”.
*Artigo escrito pela psicóloga Maria Cristina Montingelli, coordenadora de Ensino Fundamental I do Colégio Sion Curitiba. O Colégio Sion colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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