Chega à quarta-feira de Cinzas e o ano finalmente começa. A rotina está de volta ao nosso calendário. Hora de deixar o descanso e o descompromisso de lado e retornar às agendas repletas de afazeres. Para as crianças, chega o momento de retornar às aulas.
E o que esperar diante do novo ano letivo que se descortina diante dos nossos olhos? Voltar às aulas é voltar à rotina. Atividades escolares, tarefas de casa, trabalhos para elaborar, conteúdos para estudar. Mas é preciso ir além…
Não necessariamente é fazer tudo igual ao que já foi realizado no ano anterior. O recomeço pode ser um momento de descobertas, de explorar outros universos, de desenvolver novas habilidades, de enxergar diferentes perspectivas. Um novo ano é a possibilidade de (re)inventar-se, tanto para as crianças como para os adultos.
As crianças chegam repletas de expectativas à escola, querendo rever os amigos, os professores, mas desejando também alçar novos voos. É hora de conhecer pessoas diferentes, descobrir conteúdos diversos, criar outros hábitos.
Sendo assim, o início de um ano pode ser pautado por descobertas e experimentos. Em casa, os pais podem auxiliar os filhos na busca de novas atividades extra-curriculares que possam trazer possibilidades de auto-conhecimento, valorizando outras habilidades das crianças. Quem sabe aprender a tocar um instrumento? Conhecer um novo esporte? Falar um outro idioma? Ou ainda explorar um dom artístico, como a pintura, por exemplo?
Já na escola, as atividades em cima de novos conteúdos bem como a possibilidade de experimentar diferentes metodologias podem trazer o gosto da novidade. Muitas vezes, um mesmo conteúdo enxergado de outra perspectiva abre novas hipóteses, que levam a outros caminhos e assim se faz o aprendizado.
A interação com novos colegas também estimula a empatia e proporciona experiências diferentes. Tanto para quem é novo numa escola como para quem está recebendo os novatos, essa aproximação traz benefícios para o processo da aprendizagem, o qual não pode ser visto apenas como o domínio de conteúdos, mas a interação pessoal e todo o conhecimento que ela pode nos proporcionar.
Tão bom o aroma de um novo livro, o gosto de uma nova receita, a experiência de uma brincadeira diferente. É chegado o momento de começar de novo. Mas podemos começar fazendo diferente, pintando de várias nuances as possibilidades que desfilam em nosso dia a dia.
Vamos permitir que as crianças encontrem a segurança naquilo que já conhecem, mas que possam se entregar a novas perspectivas, sem medo do voo. Só assim poderão enxergar novos horizontes, dando vida aos sonhos.
*Artigo escrito por Ana Rapha Nunes, escritora infanto-juvenil, autora dos livros “Mariana” (ed. Inverso), “Lucas, o garoto gamer” (ed. Inverso), “A noite chegou… e o sono não vem” (ed. Franco) e “A Lua que eu te dei” (ed. Appris). Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, a autora, que mora em Curitiba, visita várias escolas, abordando a importância da literatura para o público infanto-juvenil. Colaboradora voluntaria com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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