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Eleição vem chegando. A escola está preparando os seus eleitores?

Quero votar. Sei como votar? (Foto: )

 

Por que um candidato para Câmara dos deputados pode ter mais votos que um outro que se elege  e ele não se eleger? Por que votamos em um partido e o candidato da coligação ganha vaga? Por que temos 3 senadores com mandatos iguais e só vamos votar em um? Por que votamos em um candidato a presidente de um partido e para deputado e senador de outro e achamos que tá tudo bem? Por que certos partidos são adversários na eleição para presidente mas são aliados na eleição para governador? Se a maioria dos eleitores anular o voto, ninguém se elege? Se eu votar em um candidato que promete fazer algo e ele não faz, posso tirar meu voto dele? Os políticos que renunciaram para escapar de punições da justiça podem sair candidato? Por que cada partido lança tantos candidatos de uma vez?

Essas são apenas algumas das perguntas que povoam a cabeça dos jovens eleitores há pouco menos de um ano de mais uma  eleição para presidente, governador, senadores, deputados federais e deputados estaduais.

Quero votar. Sei como votar?

Quero votar. Sei como votar?

E quando e onde eles terão suas dúvidas dissipadas? A escola está preparada para prepara-los ao exercício do voto consciente? E do que se trata esse tal “voto consciente”?  Creio que, ao menos, um voto bem informado. Informado das armadilhas das coligações, dos candidatos puxadores de votos, das funções dos eleitos, entre tantas outras coisas. Para não acharmos que o deputado estadual pode proibir o aborto ou o deputado federal pode quebrar as cláusulas pétreas da constituição ou o presidente pode mudar as leis sem base parlamentar.

Antes da redemocratização, havia uma disciplina chamada Organização Social e Política do Brasil, OSPB. Como foi usada indevidamente para fazer propaganda dos militares, a “Nova República” defenestrou a dita cuja, mas não colocou nada ou quase nada no lugar. Ninguém para ensinar como o Estado funciona. Lembro-me da perplexidade dos alunos quando do impedimento do Collor e , ainda hoje, das idas e vindas das diversas reformas, do Código Florestal às mudanças ( ou não-mudanças) na ordem política. E tantas e tantas outras coisas.

Hoje assistimos, extáticos, às manifestações de rua e os quebra quebras de uma geração com voz mas sem discurso consequente. E por que falta esse discurso de ponderação e civilidade, de propostas e articulação?

Com a palavra, as escolas e nós, professores.

 

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