A escola tem se tornado um lugar muito perigoso. E muito tem se falado sobre isso. Gostaria de deixar minha reflexão.
Penso nos problemas das relações conflitivas na escola ( e não somente nela) como uma questão relacionada ao mal. Sim, o mal.
Mas de que mal estou falando? Do mal como ausência.
E ausência do quê? De tudo aquilo que humaniza.
E o que é esse tudo que humaniza? O que os gregos já chamavam de “vida boa, vida plena, vida autêntica” e os romanos, práticos, traduziram em um adágio até hoje repetido mas não propriamente refletido: “mente sã e corpo são.
A escola precisa investir pesadamente em formar mentes sãs e corpos sãos. Nossa humanidade depende disso. Não somente o presente dela mas, principalmente, o futuro.
Escrevi um livro no qual criei um personagem: o homo parvus. Esse tipo de humano é o negativo do homo sapiens e sua perfectibilidade inovadora e socializante. Ele humilha, ameaça e fere. E o faz porque não reconhece em si mesmo a sua humanidade . E é assim porque não houve um aprendizado disso, em casa e na escola.
Nosso ambiente público é propício, cada vez mais, a proliferação dessa espécie nefasta. A responsabilidade, essa palavra definidora, é cada vez menos exercida. O mundo parece ser apenas um espaço de realização das vontades individuais e nesse exercício não pesa mais qualquer consequência para os outros. Queremos todos o carro como conquista pessoal, o atendimento sem fila como direito essencial, o salário sem impostos como exigência óbvia, os serviços públicos de primeiro mundo como evidências incontestes. Ou seja, somos uns mimados sem educação. E as crianças e jovens repetem esse comportamento porque ninguém as ensinou, verdadeira e persistentemente, o contrário.
A escola deve Reassumir seu papel de civilizadora, urgentemente. Formadora de pessoas humanas plenas , em seus direitos e responsabilidades. Antes que o homo parvus torne-se a espécie dominante…
-
Relação entre Lula e Milei se deteriora e enterra liderança do petista na América do Sul
-
O plano de Biden para tentar sair da crise: aparentar normalidade e focar em Trump
-
STF julga pontos que podem mudar a reforma da Previdência; ouça o podcast
-
Osmar Terra explica como reverter decisão do STF sobre a maconha
Deixe sua opinião