Sou sempre perguntado sobre isso. Este ano resolvi pensar seriamente sobre o assunto.
Como indicar o professor que mais me marcou?
Resolvi estabelecer alguns critérios.
Primeiro: Mostrar-me que o aprendizado é uma responsabilidade minha. Portanto, o esforço maior deve partir de mim. Afinal, o lucro desse aprendizado é todo meu.
Segundo: Servir-me de exemplo. É difícil ouvir quem não respeitamos e admiramos.
Terceiro: Não desistir de mim. Minhas fraquezas e minha ignorância foi sendo convencida do contrário pela persistência de quem amou acreditar que eu poderia ser diferente daquele menino fraco e sem luzes.
Quarto: Estudar mais do que eu. Difícil ler se seu professor não lê; difícil querer aprender se seu professor não demonstra a mesma sede e fome.
Quinto: Ser inquieto e inconformado. O que aprendemos não serve somente para compreendermos o mundo mas para transforma-lo. Se quem ensina é boi, seremos bois com maior probabilidade.
Sexto: Ser amoroso mas nunca leniente. O amor é uma responsabilidade maior que recompensa o esforço de amar. Chamar o fraco de forte não é amar, mas enganar. Chamar o potencialmente forte de fraco é uma perversidade. O amor se manifesta pela capacidade de estender a mão no limite do braço esticado de quem quer se levantar e dar um passo pra frente.
Pronto, estão aí os meus critérios. Os mesmos que tento seguir como professor, obviamente com tantos fracassos e felizmente alguns sucessos.
Meu professor preferido? Sem dúvida, minha mãe.