Crescemos ouvindo a famosa frase: “a democracia é o pior regime do mundo, com exceção de todos os outros”. De fato, quem não gosta de liberdade e busca por igualdade de oportunidades? Quem não gosta do espaço público como lugar de divergência, debate e construção de consensos? Quem não gosta de rotatividade no poder, possibilidade de participação aberta a qualquer cidadão, permeabilidade a ideias e condutas novas? Quem não gosta , enfim, de democracia?
No entanto, essas características têm ficado cada vez mais na retórica de nossos desejos anunciados do que na prática de nossos representantes e muito da prática dos representados. Episódios como as manifestações de eleitores pedindo intervenção militar ou a violência dirigida contra eleitores nas galerias da Assembleia Legislativa do Paraná ou a “punição” sofrida pela agente de blitz no Rio de Janeiro porque teve a “audácia” de interpelar um juiz, são exemplos pontuais de manchas enormes que cobrem ( de vergonha) o cenário do espaço público nacional.
E diante desses episódios cada vez mais recorrentes torna-se irresistível a pergunta macabra e funesta:” valerá a pena a democracia?” Ou ainda, outra mais perigosa: “é possível a democracia ou algum tipo de democracia?”
Como resposta, a mais valiosa das reflexões: e qual é a alternativa, cara pálida? Institucionalizar a violência das autoridades, a arrogância do Estado, a nulificação da cidadania?
A saída para essa democracia mal gestada e mal gerida é uma só: mais democracia! É preciso conhecer, debater, propor, participar. É preciso tornar-se torcedor fanático da democracia, fiel praticante, esportista ativo, leitor voraz, amante incansável da democracia. Afinal, temos tanta energia para tantos projetos pessoais e familiares, temos tanta gana por sucesso e alegria, temos tanta esperança e felicidade e bem estar, por que não entendemos que tudo isso que almejamos só é possível em um Estado Democrático de Direito?
Ou seja: é o pouco caso que põe em risco a democracia.
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