O prefeito de Curitiba mandou para a Câmara de Vereadores a proposta de orçamento para 2014, a primeira de responsabilidade de sua gestão. Na campanha, a promessa máster era investir pesadamente na educação. Na realidade, o custo percentual da fatia total do bolo para a educação em 2014 será…menor. Para compensar a prefeitura gasta dinheiro do contribuinte em propagandas “engana bobo”, com historiazinhas de professoras dedicadas e de exemplos de abnegação, como se a profissão do professor fosse uma missão franciscana e o professor um candidato ambulante a ser canonizado.
Por outro lado, o setor no qual mais houve incremento de verba orçamentária foi o da segurança, logo ela, que é função legal do governo estadual e federal. Segundo declaração ao jornal Gazeta do Povo, a decisão desse investimento extraordinário de verbas na segurança “é política”. Sem dúvida, não precisaria nem comentar. É como perguntar ao prefeito anterior por que ele investiu mais na ponte estaiada e menos em saneamento básico na periferia: porque a ponte dá mais votos, ora bolas!
Lamentável apenas não termos mais novidade em gestão pública. A surpresa, a invenção que faz a diferença não pertence mais aos atores públicos no nosso país. O que temos são as velhas fórmulas de sempre e as mesmas explicações de sempre.
A campanha do atual prefeito trouxe um sopro de esperança na perspectiva de alguém que finalmente entendesse que o investimento prioritário e maciço na educação seria a função primordial de um gestor municipal, garantidor da futura geração, já que a educação infantil e o fundamental 1 são responsabilidades do município. Respostas novas, ambições desmedidas, confiança e investimento nos professores, formação intensa e continuada e mais e mais e mais, sem reservas ou procrastinações.
Mas temos uma prefeitura interessada, politicamente, em investir em segurança. Bom, pelo menos há uma lógica nisso: quanto menor a preocupação com uma educação para a cidadania, nova e radical, mais policiais precisaremos nas ruas.
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