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O cidadão achou que teve uma boa ideia. Tirou lá de sua profunda capacidade de observação da cidade e sua gente. E como é capaz de propor projetos de lei, fez um.

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Visitou alguns terminais de ônibus. Talvez, em um exercício que os atores chamam de “laboratório”, entrou em um daqueles vermes comedores de gente no horário de pico, corpos espremendo-se, a desafiar a lei da física , aquela que diz que dois corpos não podem ocupar um mesmo lugar no espaço. Isso porque o físico nunca pegou um ônibus no horário de pico.

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Dentro do ônibus mais observação: os malandros esfregando- se nas costas desprotegidas das moças, as mãos bobas buscando apoio nos canos e roçando partes pudendas. Brasileiros gersonianos aproveitando mais uma oportunidade que a vida lhes deu de faturar um gostinho de humilhação alheia, de submissão, feminina de preferencia. Tudo que depois possa ser comentado com os amigos, a xavecada libidinosa do ônibus cheio, todas as mulheres aos olhos do cretino uma dama do lotação.

Daí veio a luz, a ideia explodindo na fronte reluzente do edil: “ já sei! Já sei! Vou propor um ônibus só para as mulheres!” Assim, esse problema não ocorrerá mais.

Parece que foi o mesmo processo com o inventor da burca, mas não há provas.