Após a proibição do X (antigo Twitter) de ser acessado no Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro reforçou como estratégia para se comunicar com seus apoiadores o uso de seu canal no WhatsApp. Com 1,2 milhões de seguidores, o canal criado no final de 2023 tem sido utilizado para divulgar conteúdos de influenciadores digitais alinhados ao ex-presidente e para defender pautas que marcaram seu governo. Além disso, Bolsonaro transformou a plataforma em uma ferramenta educativa, abordando fatos históricos que, segundo ele, se assemelham à situação atual do Brasil.
Em sua última publicação, sem mencionar diretamente Alexandre de Moraes ou eventos específicos recentes, Bolsonaro fez referência ao banimento de rádios inglesas que operavam na Alemanha nazista, afirmando que "a história se repete em certo país de dimensões continentais da América do Sul". O conteúdo, que sugere uma crítica à censura, compara as ações de regimes autoritários com as medidas recentes tomadas no Brasil, buscando engajar e alertar seus seguidores sobre o que ele vê como paralelos preocupantes.
Diferentemente de outras redes sociais, onde Bolsonaro se expressa de forma mais direta sobre temas atuais, seu canal no WhatsApp adota um tom mais didático. Os tópicos abordados incluem marxismo cultural, a “hipocrisia” da esquerda, feminismo, relativismo moral e denúncias de doutrinação em eventos para jovens. Essa estratégia visa não apenas manter seus seguidores informados, mas também despertar o senso crítico em torno das questões que considera centrais para o cenário político brasileiro.
X suspenso no Brasil
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou o acesso à rede social X na última sexta (30). O julgamento começou na madrugada desta segunda (2) e teve os votos do próprio ministro, que é também relator da ação, e de Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux -- este último acompanhou com ressalvas.
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