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A deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) apresentou uma Moção de Repúdio contra a decisão do governo brasileiro de enviar um representante oficial à posse de Nicolás Maduro, na Venezuela. Segundo o texto, a presença da Embaixada do Brasil em Caracas na cerimônia representa um "aval a um regime que reiteradamente viola os princípios democráticos". A moção, já apoiada por outros parlamentares, como Dra. Mayra Pinheiro (PL-CE) e Sargento Fahur (PSD-PR), ressalta que tal atitude é incompatível com a tradição brasileira de defesa dos direitos humanos e da democracia.
No documento, Adriana Ventura critica duramente o regime de Maduro, apontando que as eleições venezuelanas têm sido marcadas por fraudes, além de práticas de repressão e censura. "É inaceitável que o Brasil, ao enviar representantes para esta posse, adote uma postura de conivência ou neutralidade diante de um regime que claramente subverte os direitos e as liberdades fundamentais de seu povo", diz o texto. A moção busca reafirmar o compromisso do Parlamento com a democracia e os direitos humanos.
À coluna Entrelinhas, a deputada comentou que o Brasil deveria agir em conformidade com os princípios constitucionais, como a prevalência dos direitos humanos e a defesa da autodeterminação dos povos. Segundo a deputada, "quando o governo brasileiro reconhece a posse de Maduro, ele apoia uma fraude que passou por cima da vontade dos venezuelanos". A parlamentar enfatizou o sofrimento enfrentado pelo povo da Venezuela, que inclui perseguições políticas e violações sistemáticas de direitos.
Ao ser questionada sobre a percepção da opinião pública brasileira, Adriana Ventura afirmou que há "consternação e espanto" diante da postura do governo. Ela ainda destacou a necessidade de o Parlamento brasileiro se posicionar firmemente contra o regime de Maduro. "O Congresso precisa mostrar que a república brasileira não apoia essa ditadura e se alinha às democracias globais, como União Europeia, Estados Unidos e Argentina, ao não reconhecer essa fraude."
A moção também sugere que o Brasil deveria apoiar a vitória de Edmundo Gonzalez, reconhecida por diversos países e organismos internacionais. Ventura finalizou reforçando que o Congresso tem o dever de exigir uma mudança de atitude do governo, a fim de restaurar a credibilidade internacional do Brasil como defensor dos direitos humanos e da democracia.