O jornalista Allan dos Santos, exilado nos Estados Unidos desde 2021, iniciou uma nova atividade como motorista de aplicativo em Orlando, conforme anunciou em suas redes sociais. “Agora sou motorista de aplicativo e estou gostando muito”, declarou ele, explicando que, apesar do novo trabalho, não abandonará o jornalismo. Allan buscou ainda enfatizar sua independência: “Tenho prioridades, contas e não faço acordo com criminosos”. Ele convidou seguidores a fazerem viagens com ele, dirigindo com a tecnologia de Full Self-Driving (FSD) do seu Tesla enquanto dançava com as mãos fora do volante. Com essa função, o carro elétrico "dirige sozinho". Segundo ele, nos EUA, "dois dias de Uber pagam a mensalidade do Tesla".
A decisão de Allan de trabalhar como motorista ocorre por motivo do seu exílio, iniciado quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão contra ele no âmbito do inquérito das milícias digitais. As autoridades norte-americanas negaram o pedido de extradição, permitindo que Allan continuasse residindo legalmente no país. Na postagem recente, na qual aparece dançando dentro do veículo, ele aproveitou para enviar provocações diretas a Moraes, chamando-o de “Xandão”. Procurado pela coluna Entrelinhas para comentar os possíveis riscos de sua nova atividade, Allan não se manifestou.
Em uma live realizada na semana anterior, Allan fez um retrospecto de sua trajetória, destacando seu trabalho inicial com moradores de rua, enquanto religioso católico e, depois, como fundador do portal Terça Livre. Ele afirmou que sua empresa foi fechada por determinação de Moraes, após divulgar supostas escutas telefônicas que, segundo ele, visavam interceptar conversas do então presidente Jair Bolsonaro. Para Allan, a destruição de seu veículo de comunicação foi uma retaliação direta.
Em 2020, Allan denunciou que havia um plano para cassar Bolsonaro, que seria liderado por ministros do STF, incluindo Moraes e Luís Roberto Barroso, com o apoio dos então presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e Davi Alcolumbre (União-AP). Ele alegou que maletas de escuta foram instaladas nas embaixadas da Coreia do Norte e da China e na residência do advogado Kakay. Allan havia afirmado ainda que as varreduras para identificar tais dispositivos teriam sido realizadas pela empresa Rohde & Schwarz a pedido de um funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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